Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Redução de abates indica demanda fraca por carnes

Apesar da oferta menor, preços caem e afetam margens do setor

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Consumidor em açougue de supermercado na zona leste de SP
Consumidor em açougue de supermercado na zona leste de SP - Rivaldo Gomes - 21.mar.17/Folhapress

A demanda interna de carne está fraca. É o que mostram os dados de abates do IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística), referentes ao primeiro trimestre deste ano e divulgados nesta quarta-feira (9).

Foram abatidos 7,5 milhões de bovinos de janeiro a março, 6,9% menos do que no último trimestre do ano passado. Quando comparado o peso das carcaças, a queda é ainda maior: de 10%.

Um dos sinais da demanda interna fraca é o comportamento dos preços, segundo José Vicente Ferraz, diretor técnico da Informa Economics. "Mesmo com a oferta menor de carne, o preço mantém uma tendência de queda."

As exportações estão em um patamar bom e já estavam computadas na conta do mercado quando programou o primeiro trimestre. A queda interna, porém, surpreende.

A carne suína, que normalmente rouba uma parcela da carne bovina —devido à relação de preços—, também teve oferta menor neste ano.

Os abates do primeiro trimestre deste ano caíram para 10,5 milhões de animais, 4,7% menos do que no último de 2017.

Ao contrário do que ocorreu como o boi, no caso do suíno houve interferência do mercado externo para a queda dos abates.

A Rússia, um dos principais mercados para os brasileiros, vinha ameaçando interromper as importações deste tipo de proteína do país desde o último trimestre do ano passado. Concretizaram a ameaça.

Parte dessa queda de produção de carne suína vem, portanto, de um ajuste do mercado após o fim das importações russas, segundo Ferraz.

A queda de renda fez os consumidores optarem pela carne mais barata, a de frango. Os abates aumentaram 2,6% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao último de 2017.

Os dados do primeiro trimestre, porém, já não refletem mais o cenário do segundo, segundo Ferraz. As condições se deterioram ainda mais, principalmente no caso do frango.

Além da demanda interna mais fraca, o mercado de aves encontrou barreiras externas à exportação, principalmente as da União Europeia.

O reflexo dessa queda de demanda interna e de exportações menores no setor de carnes é uma retração nos preços.

A queda afeta as margens do setor. No caso do boi, a retração de preços terá reflexo na intenção de confinamento dos pecuaristas, segundo o diretor técnico da Informa Economics.

 

 

Safra de laranja cai 28%

A produção de laranja da safra 2018/19 deverá recuar para 288 milhões de caixas de 40,8 quilos em São Paulo e no Triângulo Mineiro.

Se confirmado, esse volume será 28% inferior ao da safra anterior, segundo o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura).

Os dados são da PES (Pesquisa de Estimativa de Safra), que apontou produção de 398,35 milhões de caixas na safra anterior.

 

Soja A Céleres reajustou para cima a estimativa da safra brasileira de soja de 2017/18. Nos cálculos da consultoria, a produção será de 117,8 milhões de toneladas, 2 milhões a mais do que a previsão anterior.

Momento de vendas A safra maior do que o previsto se deve às chuvas favoráveis, que permitiram uma elevação da produtividade média. Na avaliação da Céleres, este é um momento de vendas, devido ao cenário cambial e aos preços atuais.

Milho A safra de verão será de 27,7 milhões de toneladas, 18% abaixo do que o país colheu na anterior. A de inverno, devido à falta de chuva em algumas regiões produtoras, deverá ser de 63,9 milhões, 4,5% menos do que em 2017, segundo a Céleres.

Café As exportações de cafés diferenciados —de melhores qualidade e preço— atingiram 18% do volume total vendido pelo país neste ano e 21% das receitas obtidas.

Acumulados Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), que apontou vendas externas totais de de 10,1 milhões de sacas de janeiro a abril, no valor de US$ 1,6 bilhão.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.