A demanda interna de carne está fraca. É o que mostram os dados de abates do IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística), referentes ao primeiro trimestre deste ano e divulgados nesta quarta-feira (9).
Foram abatidos 7,5 milhões de bovinos de janeiro a março, 6,9% menos do que no último trimestre do ano passado. Quando comparado o peso das carcaças, a queda é ainda maior: de 10%.
Um dos sinais da demanda interna fraca é o comportamento dos preços, segundo José Vicente Ferraz, diretor técnico da Informa Economics. "Mesmo com a oferta menor de carne, o preço mantém uma tendência de queda."
As exportações estão em um patamar bom e já estavam computadas na conta do mercado quando programou o primeiro trimestre. A queda interna, porém, surpreende.
A carne suína, que normalmente rouba uma parcela da carne bovina —devido à relação de preços—, também teve oferta menor neste ano.
Os abates do primeiro trimestre deste ano caíram para 10,5 milhões de animais, 4,7% menos do que no último de 2017.
Ao contrário do que ocorreu como o boi, no caso do suíno houve interferência do mercado externo para a queda dos abates.
A Rússia, um dos principais mercados para os brasileiros, vinha ameaçando interromper as importações deste tipo de proteína do país desde o último trimestre do ano passado. Concretizaram a ameaça.
Parte dessa queda de produção de carne suína vem, portanto, de um ajuste do mercado após o fim das importações russas, segundo Ferraz.
A queda de renda fez os consumidores optarem pela carne mais barata, a de frango. Os abates aumentaram 2,6% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao último de 2017.
Os dados do primeiro trimestre, porém, já não refletem mais o cenário do segundo, segundo Ferraz. As condições se deterioram ainda mais, principalmente no caso do frango.
Além da demanda interna mais fraca, o mercado de aves encontrou barreiras externas à exportação, principalmente as da União Europeia.
O reflexo dessa queda de demanda interna e de exportações menores no setor de carnes é uma retração nos preços.
A queda afeta as margens do setor. No caso do boi, a retração de preços terá reflexo na intenção de confinamento dos pecuaristas, segundo o diretor técnico da Informa Economics.
Safra de laranja cai 28%
A produção de laranja da safra 2018/19 deverá recuar para 288 milhões de caixas de 40,8 quilos em São Paulo e no Triângulo Mineiro.
Se confirmado, esse volume será 28% inferior ao da safra anterior, segundo o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura).
Os dados são da PES (Pesquisa de Estimativa de Safra), que apontou produção de 398,35 milhões de caixas na safra anterior.
Soja A Céleres reajustou para cima a estimativa da safra brasileira de soja de 2017/18. Nos cálculos da consultoria, a produção será de 117,8 milhões de toneladas, 2 milhões a mais do que a previsão anterior.
Momento de vendas A safra maior do que o previsto se deve às chuvas favoráveis, que permitiram uma elevação da produtividade média. Na avaliação da Céleres, este é um momento de vendas, devido ao cenário cambial e aos preços atuais.
Milho A safra de verão será de 27,7 milhões de toneladas, 18% abaixo do que o país colheu na anterior. A de inverno, devido à falta de chuva em algumas regiões produtoras, deverá ser de 63,9 milhões, 4,5% menos do que em 2017, segundo a Céleres.
Café As exportações de cafés diferenciados —de melhores qualidade e preço— atingiram 18% do volume total vendido pelo país neste ano e 21% das receitas obtidas.
Acumulados Os dados são do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), que apontou vendas externas totais de de 10,1 milhões de sacas de janeiro a abril, no valor de US$ 1,6 bilhão.
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