Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Agricultura teve o Plano Safra possível, mas produtor quer mais recurso para seguro rural

Governo começa a dar crédito pós-fixado para agropecuária na safra 2018/19

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O ministro Blairo Baggi (Agricultura) e o presidente Michel Temer no lançamento do Plano Safra
O ministro Blairo Baggi (Agricultura) e o presidente Michel Temer no lançamento do Plano Safra - Adriano Machado/Reuters

Diante de tanta falta de recursos nos cofres federais, a agropecuária recebeu do governo, nesta quarta-feira (6), o Plano Safra que foi possível.

Os agricultores perderam no volume total, que nem acompanhou a taxa de inflação, mas conseguiram uma redução das taxas de juros de até dois pontos percentuais em alguns dos programas de apoio federal à agropecuária.

A taxa de juros ficou, em média, em 7%.

O volume total de crédito foi de R$ 191,1 bilhões. Destes, R$ 151,1 bilhões são de créditos destinados ao custeio e R$ 40 bilhões para investimentos.

Do montante de crédito de custeio, R$ 118,8 bilhões são com juros controlados e R$ 32,3 bilhões com juros de mercado.

O governo reservou ainda para a próxima safra R$ 2,6 bilhões para apoio à comercialização e R$ 600 milhões para seguro rural. No total, o volume de recursos para a agropecuária soma R$ 194,3 bilhões, valor que estará disponível a partir do início de julho.

A taxa de juros para o pequeno e médio produtores recuou para 6%. Para os demais, fica em 7%. A maior taxa, a de investimentos no Moderfrota, fica entre 7,5% e 9,5%. A menor, que contempla a construção de armazéns de até 6.000 toneladas, é de 5,25%.

Antonio Galvan, presidente da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Groso), diz que não concorda com os juros acima da Selic.

Ele destaca, no entanto, que a taxa de 5,25% para pequenos e médios produtores construírem armazéns nas fazendas é importante.

Evita o transporte de toda a produção no período de chuvas, quando as estradas estão ruins, ou no pico de safra.

O governo inicia uma experiência neste ano na oferta de crédito. Os produtores poderão optar por uma taxa fixa de juros ou por uma taxa pós-fixada. O volume de crédito na taxa pós deverá atingir o máximo de 5%.

Para o consultor Ivan Wedekin, o produtor deveria se manter na taxa fixa. O país ainda não tem uma tradição de estabilidade e a taxa fixa permite um controle maior de gastos e receitas.

Olhando o pacote do Plano Safra como um todo, Wedekin diz que ele é favorável à agropecuária.

A redução de juros mantém a competitividade do produtor brasileiro e permite uma ampliação das áreas de plantio, principalmente o de soja.

O Plano de Safra avança também no apoio à utilização de tecnologia no campo, inclusive no setor pecuário, segundo Wedekin.

Parte dos produtores entendem, no entanto, que um dos programas que deveriam ser melhorados pelo governo é o de seguro rural.

A participação privada vem crescendo, principalmente devido à pouca disponibilidade de recursos do governo, mas o país ainda não criou condições para um crescimento da chamada indústria de seguros.

Um grupo convocado pelo próprio governo para avaliar as condições do setor chegou à conclusão de que o país necessita de pelo menos R$ 1,2 bilhão no setor de seguros.

Em 2017, o total de prêmios pagos pelos produtores chegou a R$ 1,8 bilhão.

 

Vendas de máquinas agrícolas caem, mas emprego sobe

 

A safra é grande, mas as vendas de máquinas e equipamentos agrícolas se mantêm em queda neste ano.

Nos cinco primeiros meses, as vendas das indústrias para o atacado somaram 15 mil unidades, 9,3% abaixo do número de janeiro a maio de 2017.

A maior queda ficou no setor de tratores, cujas vendas recuaram 13% no período. Já a comercialização de colheitadeiras se manteve estável.

As vendas de colhedoras de cana das indústrias para as revendedoras também foram menores, caindo 13% neste ano em relação a igual período de 2017.

Apesar dessa queda, as indústrias voltaram a contratar no mês passado. O setor tem atualmente 19 mil trabalhadores, 3% mais que há um ano.

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