Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Após seis anos, presidente da Embrapa deixará cargo em outubro

Mudanças estruturais ficarão para sucessor de Maurício Lopes, que está no cargo desde 2012

Maurício Lopes, presidente da Embrapa, deixa o cargo em 12 de outubro, período que encerra seu mandato.

O conselho de administração da Embrapa, reunido nesta quarta-feira (20), decidiu pela abertura do processo de sucessão na presidência em sua próxima reunião, no fim de julho, e o atual presidente não pleiteou ampliação do mandato.

Maurício Lopes, da Embrapa - Beto Barata - 12.mar.15/Folhapress

O processo será semelhante ao último realizado para a seleção dos diretores-executivos, em atendimento à Lei das Estatais.

Segundo informações, o processo de sucessão da presidência da Embrapa não altera a revisão estrutural, conduzida pela diretoria-executiva e atualmente em discussão com os empregados.

Não haverá mudança estrutural antes da conclusão do processo de sucessão na empresa. Caberá ao novo presidente e aos atuais diretores-executivos a decisão por sua implantação em acordo com os órgãos superiores.

A gestão de Maurício Lopes, no cargo desde 2012, gerou algumas polêmicas na empresa. Uma delas foram as críticas do pesquisador Zander Navarro, feitas no início deste ano.

Para ele, houve uma substituição de pesquisadores por uma geração com pouco vínculo com a agropecuária.

Além disso, a Embrapa não teria ajustado a agenda de pesquisas às demandas crescentes da agropecuária.

Os trabalhos da empresa cada vez mais se voltam para ricos segmentos do empresariado rural, afirmou Navarro.

Em resposta ao pesquisador, à época, a empresa disse que os resultados dos trabalhos são amplamente divulgados e que há um aprimoramento constante da prática de gestão.

A empresa informou em nota, ainda, que as tecnologias desenvolvidas são voltadas para todos os segmentos da agropecuária.

Navarro foi demitido e, após decisão judicial, retornou ao trabalho.

A gestão de Lopes está sendo marcada, ainda, por polêmicas devido a uma proposta de atualização da empresa.

As propostas estão sendo feitas por uma força-tarefa e têm gerado descontentamento de parte dos funcionários da empresa. 

As reformas vão desde a retirada de nomes específicos das Embrapas regionais (que passariam a ser apenas Embrapa em todo o país) à junção de áreas administrativas de várias unidades.

A Embrapa tem afirmado que essas propostas de reformas são para dar mais agilidade à empresa.

 

Procura externa pela soja brasileira segura ritmo de queda

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e as perspectivas, por ora, de uma boa safra americana de soja começam a fazer efeito sobre a renda dos produtores brasileiros.

O contrato de julho da leguminosa foi negociado, em média, a US$ 10,24 por bushel (27,2 quilos) no mês passado. Nesta quarta-feira (20), a soja esteve a US$ 8,90 na Bolsa de Chicago.

A queda se refletiu no preço recebido pelo produtor. No início de junho, a saca de soja valia R$ 70 em Sorriso (MT). Nesta quinta, estava em R$ 62, segundo Adriano Gomes, analista de mercado da AgRural.

Boa parte dessa queda dos preços da soja no Centro-Oeste se deve, porém, à confusão instalado no setor com o tabelamento de frete.

Não fosse a evolução nos custos dos fretes, a queda poderia ter sido menor, uma vez que a demanda pela soja brasileira continua aquecida.

Em Paranaguá, a saca recuou apenas R$ 4 neste mês, para R$ 83 nesta quarta. O ritmo menor da queda se deve ao pagamento de um prêmio pelo produto brasileiro de US$ 1,50 por bushel.

Esse prêmio mostra quanto o valor da soja brasileira, negociada em Paranaguá, supera o da leguminosa na Bolsa de Chicago.

Há duas semanas, o pagamento do prêmio estava entre US$ 0,80 a US$ 0,85, segundo Gomes.

O dólar em alta deveria elevar as receitas em reais, mas as indefinições no mercado de frete fazem com que os compradores fiquem retraídos.

Com o comprador fora do mercado e preços em queda, o produtor também fica retraído, segundo o analista da AgRural.

O primeiro contrato de soja fechou nesta quarta-feira em US$ 8,8950, valor próximo dos US$ 8,8900 de terça-feira (19), quando havia registrado forte queda.

Na liderança A região paulista de Barretos foi a que obteve o maior Valor Bruto de Produção da agropecuária no estado, em 2017, conforme estimativas do Instituto de Economia Agrícola.

Mudança de posição Classificada em segundo lugar em 2016, Barretos assumiu a liderança em 2017 ao somar R$ 3,83 bilhões de receitas agropecuárias. Em segundo lugar, vem São João da Boa Vista, com R$ 3,47 bilhões.

Total O Valor Bruto da Produção do estado somou R$ 76,2 bilhões em 2017. Esses dados proveem da produção e de preços das cadeias de produtos animal e vegetal de 50 produtos selecionados.

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