Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Usinas sucroalcooleiras voltam ao normal, mas tabela mínima de frete preocupa

'Paga-se menos pelo diesel, mas mais pelo frete', afirma diretor da Unica

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Funcionários em tanque de etanol em usina em Barrinha, no interior de São Paulo
Funcionários em tanque de etanol em usina em Barrinha, no interior de São Paulo - Joel Silva - 29.mai.18/Folhapress

As usinas processadoras de cana-de-açúcar voltaram a operar normalmente, após o fim da paralisação dos caminhoneiros.

 “Se alguma delas ainda estiver parada, o motivo não é a falta de diesel”, diz Antonio  Rodrigues de Padua, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Segundo o diretor, as usinas ficaram três dias sem processar e cinco dias sem fazer entregas, chegando ao limite da manutenção de estoques.

O problema vem agora. O saldo da paralisação dos caminhoneiros poderá trazer alívio às empresas, que são grandes consumidoras de diesel. São utilizados de quatro a cinco litros de diesel por tonelada de cana processada.

A tabela mínima de preços para o frete, porém, vai ser um fator onerador. “Paga-se menos pelo diesel, mas mais pelo frete”, diz Padua.

Estima-se em até 27% de aumento no frete. Se isso se concretizar, aumentará o ônus para as usinas, na avaliação dele.A demanda por etanol é forte neste período pós-paralisação, mas os preços estão sem grandes alterações. O protesto pegou as empresas em um período de mudança de mês e com necessidade de caixa.

Nesse cenário, são obrigadas a vender mais para equilibrar as contas, o que dá pouca variação aos preços, segundo Padua. Normalmente, o setor trabalha com 10 a 12 dias de estoques.

 

Apesar das turbulências,  exportação do agronegócio é favorável

 Os preços externos das commodities caíram no primeiro quadrimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado. Mesmo assim, devido ao aumento de mercadorias colocadas no mercado externo, o Brasil conseguiu mais receitas do que em 2017.

Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e indicam um aumento de 6% no volume embarcado pelo país de janeiro a abril. Os preços médios também caíram 6%, mas o faturamento em dólar teve alta de 2%. Em reais, as receitas cresceram 11%, afirmam os técnicos do Cepea.

Entre os destaques, em volume, nos quatro primeiros meses estiveram milho, algodão, suco de laranja e farelo de soja. Vários destes produtos tiveram elevação nos preços externos.

 

Prejuízos  A paralisação dos caminhoneiros provocou prejuízos de R$ 3,2 bilhões no setor produtor e exportador de aves, de suínos, de ovos e de material genético, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Lá também Os consumidores dos Estados Unidos perceberam um material branco e duro no meio da carne de hambúrguer que estavam consumindo. Comunicaram o serviço de segurança alimentar do país.

É plástico  A verificação do serviço de inspeção constatou que pode ser plástico e mandou a empresa, do Texas, retirar o produto do mercado. É a segunda daquele estado, apenas neste mês, que tem produtos retirados do mercado devido a inconformidades.

Exportações O Brasil deverá exportar 71 milhões de toneladas de soja na safra 2018/19, a que começará a ser semeada no segundo semestre deste ano. A estimativa é da consultoria Safras & Mercado.

Ainda maior  Se confirmado, esse volume vai superar em 3% o da safra que se encerrou. O ano comercial vai de fevereiro a  janeiro do ano seguinte. A oferta total  de soja na safra 2018/19 deverá ser de 123,3 milhões de toneladas, segundo a consultoria.

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