Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Patinho feio da agricultura, trigo tem melhor avanço no valor de produção

Receitas devem somar R$ 4,4 bilhões, com aumento de 63%, segundo analista

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Lavoura de trigo no norte do Paraná
Lavoura de trigo no norte do Paraná - Mauro Zafalon - 19.jul.15/Folhapress'
 

O trigo, o patinho feio da agricultura nos últimos anos e que vem sendo preterido pelo milho nas safras de inverno do Sul, é o produto que apresenta a melhor evolução no VBP (Valor Bruto de Produção) neste ano.

Nos cálculos de José Gasques, do Ministério da Agricultura, o trigo renderá R$ 4,4 bilhões para os agricultores, 63% mais do que na safra anterior. É um valor pequeno, quando comprado com os R$ 137 bilhões da soja, mas o cereal premia os que optaram por ele em 2018.

A tonelada de trigo está sendo comercializada a R$ 1.107 no Paraná, segundo apuração de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), um valor 53% superior ao do ano passado. Essa sustentação dos preços internos vem de fatores externos, como redução na produção mundial, aumento de consumo e queda nos estoques.

Internamente, os produtores recebem o incentivo do dólar. Em alta, a moeda americana encarece as importações brasileiras. A necessidade de matéria-prima das cooperativas que têm moinho é mais um incentivo para a manutenção dos preços em alta.

O algodão é outro produto que traz uma boa renda para os produtores neste ano. O aumento de produtividade, que deverá proporcionar uma produção recorde de 2 milhões de toneladas, gerará receitas de R$ 32 bilhões. Há dez anos, a renda com o produto era de apenas R$ 5 bilhões no país.

O grande destaque na produção agropecuária brasileira continua sendo a soja, um produto mais democrático do que trigo e algodão. Enquanto a renda desses dois últimos produtos vem basicamente de dois estados, a soja está espalhada por 19 unidades da Federação.

Mais democrático ainda é o milho, cujas receitas deverão atingir R$ 46 bilhões, provenientes de todos os estados brasileiros.

O VBP total da agricultura somará R$ 383 bilhões e ficará estável em relação ao de 2017. O Ministério da Agricultura acompanha a evolução do valor de produção de 17 culturas no país.

A principal desaceleração nas receitas ocorre na pecuária, em que todos os itens do setor perdem. Gasquez destaca o recuo do setor para R$ 179 bilhões, 5% menos do que no ano passado.

Há queda em todos os segmentos da pecuária, mas a maior perda fica com suínos. O valor de produção cai para R$ 14 bilhões, 16% menos do que no ano anterior. O maior VBP do setor é de bovinos (R$ 74 bilhões), seguido de frango (R$ 49 bilhões).

O Valor Bruto de Produção do país, após o recorde em 2017, recua para R$ 562 bilhões neste ano, 2% menos do que no ano anterior.

 

Sucroenergético O excedente global de açúcar nas safras 2017/18 e 2018/19 vai manter pressão sobre os preços desse produto. Para João Paulo Botelho, analista da INTL FCStone, a possibilidade de a safra ser recorde na Índia vai obrigar aquele país a elevar as exportações.

Milho A produção 2017/18 de Mato Grosso recua para 26,4 milhões de toneladas, 13,4% abaixo da anterior. As exportações também caem, somando 16 milhões de toneladas. Já as vendas interestaduais sobem para 4,9 milhões de toneladas, 13% mais.

De olho na safra Os participantes da Bolsa de Chicago começam a olhar um pouco mais para as safras de milho e de soja americanas. Com isso, os preços tiveram pequena reação nos últimos dias na Bolsa. As preocupações com a guerra comercial com a China, no entanto, não se dissiparam.

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