Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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EUA aumentam produção de carnes e concorrência com Brasil

Rebanho bovino sobe, mas queda na retenção de bezerras indica crescimento menor nos próximos anos

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Gado em pasto em Peosta, Iowa
Gado em pasto em Peosta, Iowa - Joshua Lott - 26.jul.18/Reuters

O mercado de carne bovina continua bem nos Estados Unidos. O rebanho vem crescendo e atingiu 103 milhões de cabeças no início de julho, após ter recuado para até 88,5 milhões em 2014.

 O total de gado em confinamento somava 11,3 milhões de cabeças em julho, um recorde para o mês, e a produção de carne aumentou 4% no primeiro semestre em relação a igual período de 2017.

Esse crescimento, porém, pode estar com os dias contados. Os produtores americanos estão abatendo mais vacas e retendo menos novilhas em seus pastos.

Dados do Usda (Departamento de Agricultura) dos Estados Unidos indicaram que os abates de vaca aumentaram 8% de janeiro a junho, em relação a igual período de 2017.

O resultado é um aumento temporário na oferta de carne, que será seguido por uma desaceleração no crescimento no próximo ciclo do setor.

Com demanda externa aquecida e maior disponibilidade interna de carne bovina, os Estados Unidos elevam as exportações, aumentando a concorrência com o Brasil, líder mundial em vendas externas.

Dados provisórios indicam que a produção de carne bovina nos EUA poderá atingir 12,3 milhões de toneladas neste ano, 3% mais do que em 2017. Esse crescimento continua em 2019, mas em ritmo menor: 2,3%.

As exportações estão previstas em 1,38 milhão de toneladas em 2018, 1,5% mais do que em 2017. Em 2019, poderão somar 1,43 milhão.

Os americanos avançam também na produção e na exportação de frango. O setor se beneficia de preços menores dos grãos, um componente forte de custos, e da demanda aquecida em alguns países da Ásia.

 Embora a alta da moeda americana iniba um pouco as vendas, os EUA fecharam o primeiro semestre com aumento de 2% nas exportações.

 O volume de carne de frango a ser exportado pelos americanos poderá atingir 3,1 milhões de toneladas neste ano, 1,2% acima do de 2017.

 Nos cálculos do Usda, a produção sobe para 19,3 milhões de toneladas, mantendo os EUA na liderança mundial e bem distantes do Brasil, o segundo maior (próximo de 13 milhões).

 Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, o Brasil, líder mundial em exportações de carne de frango, vive um ano para ser esquecido na avicultura.

 Desvios de conduta de vários profissionais do setor na produção do Brasil e no controle sanitário e barreiras externas vão fazer o país ter produção e exportações menores neste ano.

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