Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Agro olhou para eleição presidencial e esqueceu representantes do setor

Em vários estados, como os de Mato Grosso e de Minas Gerais, as lideranças não se elegeram

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O agronegócio olhou muito para a eleição presidencial neste ano e esqueceu os candidatos regionais do setor.

O voto tsunami em alguns candidatos ligados ao capitão reformado Jair Bolsonaro (PSL) deixou várias lideranças do setor agropecuário sem cadeira no Congresso.

A ausência de nomes tradicionais na Câmara e no Senado deverá dificultar, inicialmente, a atuação do setor ruralista em Brasília.

A experiência e o conhecimento das lideranças que ficaram de fora vão fazer falta nas discussões do setor.

Não tem como os novos eleitos ficarem ausentes das principais demandas dos seus estados, mas será um processo que vai demorar tempo para que haja essa interação.

Faltou organização política no agronegócio, e o setor poderá ter até a mesma quantidade de deputados e senadores interessados na atividade no Congresso, mas com experiência menor.

Os novos números devem indicar uma redução inicial de participantes na FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária). A tendência, porém, é de aumento de afinidade dos novos eleitos com o setor.

A atividade mostrou nos últimos anos que tem estrutura e corpo técnico, mas ainda falta uma política coordenada. É o que mostraram os votos dessa eleição.

Um dos exemplos mais claros é o de Mato Grosso. Principal produtor nacional de grãos e líder na pecuária, o estado não elegeu vários candidatos tradicionais do setor.

Parte dessa ausência dos votos a esses candidatos nas urnas se deve à votação acentuada no partido ligado a Jair Bolsonaro.

O agronegócio, contudo, também teve culpa nessa derrocada, principalmente com a indicação de vários políticos do setor para as mesmas vagas, como as do Senado.

O resultado em Mato Grosso foi que líderes do setor como Nilson Leitão (PSDB), Adilton Sachetti (PRB), Carlos Fávaro (PSD) ficaram fora do Congresso nessa eleição. O mesmo ocorreu com Victorio Galli, mesmo sendo do PSL.

Luciano Vacari (PPS), há duas décadas em entidades voltadas para a pecuária, também ficou de fora.

Os votos para esses candidatos ocorreram na maioria das cidades do estado, mas em pequenas quantidades. A maioria dos eleitores seguiu a onda do momento.

Minas Gerais sentiu o mesmo efeito de Mato Grosso. As urnas deixaram de fora do quadro do próximo Congresso de ex-ministro da Agricultura, como Antônio Andrade (MDB), a lideranças tradicionais, como Carlos Melles (DEM) e Silas Brasileiro (MDB).

A preferência dos eleitores pelo capitão reformado teve efeito também em outros estados agrícolas.

Santa Catarina não terá a representação de Valdir Colatto, voltado para o agronegócio. O ex-secretário de Agricultura do estado de Espírito Santo, Ricardo Ferraço, também ficou sem posto me Brasília.

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