Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Parceira entre universidade e multinacional visa transformar conhecimento em produtos

Unicamp e Bayer firmam acordo de colaboração para desenvolver inovações na agricultura tropical

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Transformar conhecimento e  ideias em bens tangíveis. Essa a proposta de um acordo de colaboração entre a Unicamp e a Bayer.

A universidade identifica novas tecnologias e auxilia no desenvolvimento delas. A indústria, com sua expertise, transforma esses conhecimentos em produtos e os coloca no mercado.

Ganham todos. A universidade, sempre com escassos recursos, terá novas fontes de renda para desenvolver novas e mais apuradas pesquisas.

Drone utilizado no monitoramento de lavoura de trigo em Carambeí (PR)
Drone utilizado no monitoramento de lavoura de trigo em Carambeí (PR) - Mauro Zafalon - 22.set.17/Folhapress

As empresas, com recursos, mas com menor patamar de inovação, vão colocar novos produtos no mercado com base nesse conhecimento acadêmico.

Na ponta da linha, o produtor também poderá se beneficiar do resultado dessa conjugação entre conhecimento acadêmico e indústria. Ele terá à disposição novos produtos e mais tecnologia.

A possibilidade de interação entre a Unicamp e a Bayer é grande. A universidade é um banco de inovação científica e possui mais de mil patentes vigentes e cerca de cem contratos de licenciamento em pelo menos 600 empresas, segundo Newton Frateschi, diretor-executivo da Inova Unicamp, a agência de inovação da universidade.

Renato Luzzardi, gerente de alianças da Bayer, diz que as possibilidades são muitas. “Uma gama ampla de pesquisas poderão ser trabalhadas.”

O representante da multinacional diz que essa parceria trará algo mais do que apenas a inovação clássica.

“Vamos desenvolver um trabalho profissional e de longo prazo. Não serão apenas parcerias eventuais.” 

Para Luzzardi, o ambiente acadêmico é muito criativo e concentra intenso conhecimento.

Segundo Frateschi, os primeiros passos serão o casamento das tecnologias que a universidade já tem com as necessidades da empresa. Mas o trabalho de prospecção vai continuar e serão definidas linhas específicas de atuação.

“No começo é muito importante o diálogo, sem um viés com tema pronto. Vamos transformar ideias em negócios”, diz ele.

A Bayer também acredita que essa fase inicial será de entendimentos. A empresa vai avaliar uma centena de potenciais projetos da universidade na área agrícola e escolher de 10% a 15%. Na sequência, decide onde atuar.

O ganho para os agricultores será grande, tanto na avaliação da Unicamp como da Bayer. Inicialmente três produtos estarão no foco dessa parceria: soja, milho e cana-de-açúcar.

As pesquisas vão buscar melhoria genética, maior resistência das plantas às pragas e uma produção com mais sustentabilidade e um uso mais amplo de tecnologias.

As pesquisas vão ter, ainda, um foco voltado para a agricultura tropical, integrando o manejo agrícola com produtos biológicos e químicos. Estes últimos são especialidades da empresa, principalmente após a incorporação da Monsanto.

A parceria será útil para a universidade porque no meio acadêmico, às vezes, falta um pouco a visão mais apurada de mercado. Já a indústria sempre tem os olhos mais voltados para ele.
 

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.