Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Volume maior sustenta exportações do agronegócio no primeiro trimestre

Desempenho da soja é o que mais pesa, mas resultado não deve se repetir daqui para a frente

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As commodities continuam segurando o saldo das exportações brasileiras. De janeiro a março, as receitas dos 15 principais produtos da pauta do agronegócio somaram US$ 18 bilhões, 7,8% mais do que em igual período de 2018.

Essa evolução das receitas se deve a um aumento do volume comercializado, uma vez que os preços médios recebidos pelos exportadores são inferiores aos obtidos no ano passado, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (1º) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Quatro produtos, entre os principais da balança, se destacam neste ano: soja, milho, café e algodão. Todos têm forte aumento do volume exportado e nas receitas recebidas.

O desempenho da soja é o que mais pesa nessa conta. O volume externo vendido neste ano já soma 17,3 milhões de toneladas, 42% mais do que de janeiro a março de 2018.

No mesmo período, as vendas de milho subiram para 6,7 milhões de toneladas, com evolução de 37%. Já as de café atingiram 9,6 milhões de sacas, com aumento de 35%.

O maior destaque fica com o algodão, cujas exportações atingiram 290 mil toneladas neste ano, 60% mais do que as exportadas pelo país em igual período do ano passado, conforme dados da Secex.

Esse bom começo de ano, porém, pode não se repetir no segundo semestre. O país já colocou 20% da soja produzida no mercado externo e, a partir de agora, começa a ter a concorrência da Argentina no mercado externo.

Além disso, os EUA continuam com muita soja estocada, à espera de um acerto com a China na guerra comercial. Apesar de a disputa entre os dois países continuar, os americanos conseguiram algumas concessões dos chineses quando se trata de soja.

O segundo semestre vai depender do milho. A safrinha promete ser boa, e as exportações podem atingir 31 milhões de toneladas no ano, 24% mais do que em 2018.

Colheita em fazenda no município de Cristalina (GO)
Colheita em fazenda no município de Cristalina (GO) - Mauro Zafalon - 30.ago.18/Folhapress

Perto do final

A colheita de soja caminha para a reta final, e as máquinas já avançaram sobre 75% da área que foi destinada ao plantio da oleaginosa em 2018/19. A apuração é da AgRural, um percentual também apurado pela Safras & Mercado.

Segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural, pelo menos 85 milhões de toneladas do produto já foram colhidas.

A produção deste ano, porém, será menor do que o recorde do ano passado e, com isso, as exportações cairão para 70 milhões, após terem atingido 84 milhões no ano passado. 

Açúcar Apesar do bom desempenho do agronegócio na balança comercial, os dados do açúcar não são animadores neste ano. As exportações do produto em bruto renderam apenas US$ 843 milhões de janeiro a março.

Quanto caiu Os dados são da Secex e mostram recuo de 33% em relação às receitas obtidas em igual período do ano passado. No mês passado, as receitas somaram US$ 264 milhões.

Em queda Os preços médios de praticamente todas as commodities agrícolas tiveram queda no mês passado, em relação aos de março de 2018. O valor da soja, líder da balança comercial, caiu 7%, com a tonelada recuando para US$ 363.

Em alta Já o valor médio da tonelada milho subiu para US$ 200 no mês passado, superando em 15% 
o de igual período de março de 2018.

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