Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Novo patamar de seguro rural auxilia na gestão de risco do produtor

Plano Safra destina R$ 1 bilhão para o setor, suficiente para a cobertura de 15,6 milhões de hectares

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Em tempos de orçamento magro, um dos pontos de destaque do Plano Safra, divulgado nesta terça-feira (18), foi a elevação da subvenção para o seguro rural para R$ 1 bilhão.

Um dos componentes importantes de gestão e de administração de risco dos produtores, o seguro rural não vai atender toda a demanda reprimida, mas pelo menos visa um lado qualitativo. Ele vai se desenvolver ao longo dos anos.

A avaliação é de Pedro Loyola, diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura. A nova política une pequenos e médios produtores, que representam 85% do público que busca esse instrumento de proteção.

Sistema de irrigação de plantação em Planaltina, Brasília - Tony Winston - 19.ago.16/Agência Brasília

O R$ 1 bilhão destinado pelo governo para 2020 deverá garantir a cobertura de 15,6 milhões de hectares. Na avaliação do governo, a cobertura poderá favorecer 150 mil produtores, com valores de R$ 42 bilhões.

Para a CNA a subvenção poderia ir para R$ 1,7 bilhão. Nesse caso, seriam assegurados 20,2 milhões de hectares, com  movimentação de R$ 72 bilhões feita por 166 mil produtores.

O aumento do dinheiro do seguro rural é importante para movimentar toda a cadeia. Em 2006, eram apenas quatro empresas credenciadas no Ministério da Agricultura para atuar nesse programa. O número subiu para 8 em 2016 e atingiu 14 neste ano. 

“O mercado de resseguro começa a olhar o país de outra forma. E isso gera mais competição e cria demanda para novos produtos”, diz Loyola.

Monitoramento em campo, aplicativo com indicação de risco climático, zoneamento regional de produtividade, tecnologias diversas e estatísticas poderão auxiliar na fixação dos preços no setor.

“Quanto mais gente dentro do seguro rural, mais barateia o risco.” Para Loyola, o resultado é uma redução de custos tanto para produtores como para seguradoras.

​As empresas hoje buscam o maior número possível de produtores. Isso é feito por meio de cooperativas ou de empresas de insumos.

Essa busca, em geral, visa pequenos e médios, uma vez que os grandes se utilizam menos desse instrumento. Eles pulverizam o risco, atuando em várias propriedades e até em vários municípios.

O seguro rural acaba sendo um instrumento de política agrícola. Ele pode gerar maior estabilidade financeira para o produtor e reduzir as renegociações de dívidas que tanto afetam o Tesouro.

O presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA e deputado José Mário Schreiner (DEM/GO) destaca outros pontos importantes do plano.

Um deles é a possibilidade de lastrear papeis do setor em outras moedas, facilitando a tomada de crédito no exterior.

Outra medida que reduzirá custos para o produtor é a possibilidade de fatiar a propriedade em partes na hora de buscar crédito. Antes todo patrimônio ficava amarrado no primeiro empréstimo, onerando muito o segundo.

Essas duas medidas serão regulamentadas por meio de medidas provisórias.

 

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