Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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E se gear, como fica o café?

Geada severa neste ano pode provocar quebra de 17,8 milhões sacas no próximo, segundo analista

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No sábado (6) ou no domingo (7) poderá ocorrer geada em regiões brasileiras de café. Esse fenômeno climático, toda vez que previsto, deixa os produtores tensos. Não há como não lembrar os anos de 1975, de 1979 e de 1994. Eles foram dramáticos para a cafeicultura nacional e para os produtores de café.

Fernando Maximiliano e Alexis Rubinstein, da consultoria INTL-FCStone, fizeram um estudo para mostrar quais seriam os efeitos de uma forte geada nas lavouras brasileiras.

Em meio a fatores baixistas da bebida, as condições climáticas terão um papel decisivo no mercado global, influenciando os preços em Nova York e no mundo, segundo eles.

É muito improvável que haja uma geada tão intensa como a dos anos citados anteriormente, mas, se ocorrer, afetaria 26% das áreas de lavouras de café do país, provocando uma perda de produção de 17,8 milhões de sacas no ano seguinte.

As ocorrências do passado fizeram boa parte da cafeicultura mudar de região, mas uma geada severa provocaria a quebra de produção de 742 mil sacas no Paraná; de 3,3 milhões em São Paulo, e de 13,7 milhões em Minas Gerais.

Os analistas fizeram os cálculos considerando os municípios que seriam afetados e tomaram como base a produtividade de 2018 definida pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Para avaliar uma possível ocorrência de geada altamente prejudicial foram analisadas as mínimas solares —menor atividade solar no ciclo de 11 anos—, a corrente de jato e as temperaturas oceânicas.

A queda intensa nos preços atuais do café ocorre devido à grande oferta de produto no mercado global.
O contrato C, negociado em Nova York, recuou de US$ 1,33 por libra-peso, em outubro de 2018, para US$ 0,87, em maio último. Em junho, esteve em US$ 0,94.

A oferta mundial deve continuar elevada devido ao aumento de produção no Vietnã e na Colômbia na safra 2019/20. O Brasil, maior produtor mundial, voltará a elevar a produção em 2020/21, segundo os analistas. 

Exemplo desse aumento de café no mundo são as exportações brasileiras, que deverão atingir 40 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2018/19, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

É um volume nunca visto antes.
 

Preços  Na safra 2018/19 (de julho/18 a junho/19), o café arábica tipo 6 foi negociado no Brasil, em média, a R$ 422,62 por saca de 60 kg, uma queda de 15% em relação aos valores da anterior.

O menor  Os dados são do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A pesquisa do órgão indicou também que essa média foi a mais baixa desde a temporada 2001/02, em termos reais.

Robusta  O acompanhamento de preços do Cepea apontou que a média do robusta ficou em R$ 317,28 por saca, em 2018/19, com queda de 20,1% em relação ao período anterior.

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