Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Pelo segundo ano, EUA veem Brasil na liderança mundial de soja

Para Conab, brasileiros vão colher um volume recorde de grãos de 241 milhões de toneladas neste ano

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Assim como ocorreu no ano passado, os Estados Unidos voltam a prever que o Brasil assumirá a liderança mundial na produção de soja.

No ano passado, a previsão não se concretizou. O Brasil teve problemas climáticos na safra e os Estados Unidos obtiveram uma safra superior ao que esperavam.

Desta vez, o cenário parece mais favorável para o Brasil, mas, assim como ocorreu na safra que se encerra, a liderança brasileira da próxima não está garantida.

O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), diante de tantas dificuldades no plantio, estima que a safra americana será de apenas 104,6 milhões de toneladas na safra 2019/20, após ter atingido 123,7 milhões na atual.

Colheita de soja em Canarana,  Mato Grosso.
Colheita de soja em Canarana, Mato Grosso. - Mauro Zafalon/Folhapress

Já o Brasil, após uma safra de 115 milhões neste ano, poderá atingir 123 milhões em 2019/20, segundo o Usda.

Daniele Siqueira, da AgRural, afirma, no entanto, que as previsões atuais são muito precárias. Apenas em agosto, o órgão americano terá uma visão melhor da produtividade e do volume a ser produzido nos Estados Unidos.

No relatório divulgado nesta quinta-feira (11), o Usda prevê um recuo da área de soja para 32,4 milhões de hectares, 10% menos do que na safra anterior. Já a produtividade deverá cair para apenas 54,4 sacas por hectare, 6% menos do que na safra anterior.

Com as projeções atuais, os estoques de soja dos Estados Unidos recuariam para 21,6 milhões de toneladas no final da safra 2019/20, 24% menos do que na atual.

O cenário não é bom para os Estados Unidos, mas está melhor para a América do Sul. Brasil, Argentina e Paraguai terão boas safras, com o volume dos três países podendo atingir 186 milhões de toneladas.

Com a queda de produção nos Estados Unidos, a produção mundial de 2019/20 deverá recuar para 347 milhões de toneladas, 4% menos do que a anterior.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também divulgou, nesta quinta-feira, os números da safra brasileira de grãos de 2018/19.

Os novos números indicam um recorde de 240,7 milhões de toneladas, volume impulsionado pela produção de 98,5 milhões de toneladas de milho e de 115 milhões de soja.

Várias consultorias, assim como o Usda, apostam em uma safra brasileira de milho superior a 100 milhões. Já a produção de arroz, terceiro principal produtor brasileiro, teve queda de 14%.

Etanol A safra de cana-de-açúcar deste ano se mostra ainda mais alcooleira do que a do ano passado, quando o setor já vinha elevando a produção de etanol.

Etanol 2  As usinas destinaram 65% da cana colhida nesta safra 2019/20 para produção de etanol, acima dos 64% da anterior, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Inflação  Os alimentos continuam favorecendo a queda da inflação. As carnes de aves e de suínos, com forte demanda externa, contudo, estão na direção contrária.

Suínos  Pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) indica que a carne suína subiu 4,5% nos últimos 30 dias na cidade de São Paulo, em relação ao período imediatamente anterior. A de frango ficou 2,7% mais cara para os consumidores.

Arroz  A aprovação da reforma da Previdência poderá inibir novas altas nos preços do arroz no mercado interno, segundo Vlamir Brandalizze. A queda do dólar torna o produto brasileiro menos competitivo no mercado externo, inibindo exportações, e facilita as importações do cereal dos países vizinhos.

Contencioso  O Brasil apresentou pedido de painel na OMC (Organização Mundial do Comércio) nesta quinta contra a Índia, devido ao apoio ao setor açucareiro pelo governo indiano.

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