Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Má distribuição de renda coloca 728 mi na lista dos que têm insuficiência alimentar

Maior produção agrícola e menores preços de alimentos podem reduzir número para 399 mi em 2029, segundo o Usda

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A desigualdade de renda coloca 728 milhões de pessoas na lista dos que têm insuficiência alimentar. Esse número se refere a 76 de países classificados como de baixa e média renda.

A situação é crítica porque nas décadas recentes houve alta nos preços das commodities e má distribuição de renda.

Em 14 desses países há insuficiência alimentar em mais de 50% da população. Destes, nove estão na África e três na Ásia. Os dados são de estudo do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Maior produção agrícola e menores preços dos alimentos podem reduzir insuficiência alimentar - Reuters

A insuficiência alimentar é medida pelos que não atingem o consumo básico de 2.100 calorias por pessoa por dia. Essa quantidade de calorias é necessária para a manutenção de um nível de vida saudável e ativo.

Cálculos do Usda indicam que, para sair do patamar que estão e atingir o nível necessário de calorias, os consumidores desses países necessitariam de pelo menos mais 33,5 milhões de toneladas de alimentos.

O Usda prevê, porém, que o cenário melhore em uma década. Produção agropecuária maior, preços mais acessíveis dos alimentos e evolução da renda per capita vão permitir que o percentual atual de 19,3% da população desses países com insuficiência alimentar caia para 9,2% em 2029.

Mesmo assim, ainda serão 399 milhões de pessoas com carência nesse grupo de países. Daqui a dez anos, esses consumidores estariam com um déficit de 22 milhões de toneladas de alimentos, em relação ao que necessitariam.

Os números do Usda indicam que são regiões com produção de alimentos inferior ao consumo. Em 2029, a demanda será de 1,1 bilhão de toneladas de grãos nessa lista de países, um volume 361 milhões superior ao da produção.

Renda dos consumidores e patamar dos preços dos alimentos serão decisivos no setor em uma década. Por isso, a Ásia terá uma das melhores recuperações, uma vez que a renda deverá crescer mais do que em outros países analisados pelo estudo do Usda.

Atualmente, 13,9% da população dos 22 países asiáticos relacionados pelo órgão norte-americano têm deficiência alimentar. Em 2029, serão apenas 3,5%.

A situação mais grave ocorre na África Subsaariana, onde 35% da população não chega aos padrões necessários de alimentação. Em 2019, ainda serão 22,5% porque é uma região que tem grande evolução da população e renda baixa.

Em alguns países a situação é bastante crítica e deve mudar pouco nos próximos dez anos. Na República Democrática do Congo, 79,8% estão na linha de insuficiência alimentar. Em 2029, serão 79,6%.

O Usda inclui também o Haiti como um dos países mais afetados pela falta de alimentos. Neste ano, 47,2% da população está abaixo dos padrões alimentares necessários. Em 2029, a taxa será de 37,6%.

O Usda avalia 22 países da Ásia, 11 da América Latina e do Caribe e 43 da África. O Brasil não está incluído nessa lista.

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