Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Bahia já tem dois municípios agrícolas entre os cinco mais rentáveis do país

Disponibilidade de terra, soja e algodão dão a São Desidério o primeiro lugar no ranking nacional e a Formosa do Rio Preto o quinto

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De cada R$ 100 do valor nacional da produção agrícola do ano passado, R$ 2 saíram de apenas dois municípios da Bahia: São Desidério e Formosa do Rio Preto.

Esses dados fazem parte do PAM (Produção Agrícola Municipal) de 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Eles mostram o quanto a agricultura está se movendo para novas fronteiras.

Os estados do Sul e do Sudeste perdem importância e os do Centro-Oeste e Nordeste ganham. Em 2008, esse mesmo relatório do IBGE colocava cinco municípios dos estados do Sul entre os 50 mais importantes do país, em termos de valor da produção. No relatório de 2018, são apenas dois.

Enquanto Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tiveram forte queda na participação do valor total da produção agrícola brasileira, a taxa de Mato Grosso subiu de 10,8% para 14,6%.

 

Os dois municípios da Bahia que despontam entre os principais do país estão localizados no oeste do estado e ainda têm muito espaço para crescer.

São Desidério, no topo da lista nacional, faz uso de uma área de 593 mil hectares na produção agrícola, e o valor de produção atingiu R$ 3,63 bilhões no ano passado.

Formosa do Rio Preto, que saiu da 17ª posição do ranking em 2008 para a 5ª em 2018, tem muito a crescer. É o maior município do estado em áreas com condições de aproveitamento agrícola, e começa a receber novos investimentos.

Essa evolução não ocorre a um ritmo mais acelerado porque o município tem grande deficiência de energia elétrica.

As vantagens de São Desidério e de Formosa do Rio Preto são que, além da soja, cultivam algodão, produto com bons preços nos anos recentes e que ajudou a inflar as receitas dos produtores nesses municípios.

Os dados do IBGE apontam que a soja mantém ritmo intenso de crescimento nessa última década. Saiu de uma participação de 26% no valor total da produção, em 2008, para 37% no ano passado.

O algodão é outro item de destaque e já detém 4% do valor dos produtos agrícolas do país. Em 2008, eram 2,6%.

Segundo o IBGE, o valor de produção da soja atingiu R$ 128 bilhões em 2018, e o do algodão em caroço, R$ 12,8 bilhões. Cálculos da Folha mostram que as receitas atuais do algodão superam em 76% as de 2008. As da soja, em 74%. Os dados foram corrigidos pelo IPCA.

O valor total da produção agrícola no ano passado somou R$ 344 bilhões, 8,3% mais do que em 2017. A área colhida foi de 77,8 milhões de hectares, rendendo 227,5 milhões de toneladas.

Entre os três principais municípios produtores do país estão São Desidério (BA), Sapezal (MT) e Sorriso (MT). O primeiro e o terceiro têm a soja como principal produto. Já em Sorriso, o destaque é o algodão.

Campo Novo do Parecis (MT) e Formosa do Rio Preto (BA) completam a lista dos cinco municípios que estão no topo do ranking dos que obtêm as maiores receitas agrícolas.

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