Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Carnes chegam com força na inflação, aponta Fipe

Na terceira semana deste mês, em relação a igual período de outubro, a bovina subiu 17%

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As carnes aumentaram a pressão na taxa inflacionária. A bovina, a de maior presença, ficou 8,3% mais cara para os consumidores paulistanos nos últimos 30 dias terminados na terceira semana deste mês.

Essa evolução considera os preços médios das últimas quatro semanas, em relação aos das quatro imediatamente anteriores.

É o que mostra o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Por englobar oito semanas, o IPC quadrissemanal incorpora aos poucos a evolução ou queda de um produto.

A toda mudança de período, sai a oitava semana do índice e entra a mais recente, com os preços correntes do momento.

Os preços praticados pelo varejo na semana mais recente do índice são diluídos em uma média com os demais. Eles vão determinar, no entanto, os caminhos da inflação para a frente.

A Fipe tem um outro índice, apenas para acompanhamento interno da evolução da inflação. Denominado ponta a ponta, ele compara apenas a média de preços da semana que está sendo pesquisada com a do mesmo período do mês anterior.

Esse índice olha apenas para preços pontuais e é um espelho do que poderá ser incorporado na taxa de inflação.

Por este índice ponta a ponta, a carne bovina acumulou elevação de 17% na terceira semana deste mês, em relação à terceira de outubro.

A acelerada de preços da carne bovina fica ainda mais evidente quando olhados os números do mês passado. Os preços médios de outubro, em relação aos de setembro, haviam subido só 0,56%.

A carne suína, origem de toda essa alta das proteínas —devido à ocorrência da peste suína na China, principal país consumidor deste tipo de carne no mundo—, acumula alta de 6,6% nas últimas quatro semanas, em relação às quatro anteriores. No índice ponta a ponta, porém, a evolução já é de 12%.

O frango, que vinha em queda, mudou de tendência neste mês. Os dados de quarta-feira da Fipe indicam alta de 1,7% no custo dos consumidores paulistanos que incluem essa proteína no seu cardápio.

Os preços médios da terceira semana de novembro, em relação a igual período de outubro, no entanto, já superam 9%. É o percentual que deve ser incorporado no índice de inflação nas próximas semanas.
Em outubro, as aves estavam com queda de 0,78% no varejo na cidade de São Paulo.

A pressão das carnes é forte, mas vai ser ainda maior. A arroba do boi gordo já atingiu R$ 229 no pasto nesta semana, 38% mais do que há um mês, conforme acompanhamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

A arroba de suíno já indica para R$ 115 nas granjas, segundo a APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos). Esse valor supera em 12% os R$ 103 da última semana de outubro.

O frango congelado, que vinha com preços sem grandes mudanças nas últimas semanas, subiu para R$ 5,29 no atacado de São Paulo, segundo o Cepea, 20% mais do que há um mês.

As carnes começam a pôr pressão no índice de inflação. Em outubro, a inflação média foi de 0,16% em São Paulo. Nesta terceira quadrissemana do mês, o IPC da Fipe chegou a 0,44%.

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