Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Enquanto o novo Ceagesp não vem, as chuvas tomam conta do atual

A retirada do entreposto de dentro da cidade melhoraria trânsito e poluição de imediato

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Criado na década de 60, o atual entreposto estava distante dos bairros mais próximos da região central de São Paulo. Com o tempo, a Ceagesp se incorporou à cidade, movimentando pelo menos 10 mil veículos por dia, com circulação de 50 mil pessoas dentro e no seu entorno.

Em 1990, para cobrir dívidas do estado, o entreposto passou para as mãos do governo federal, que atualmente o colocou no Programa Nacional de Desestatização.

Os estudos para uma retirada do entreposto de dentro de São Paulo ocorre há vários anos, e quatro grupos se candidataram para assumir o projeto, com possíveis localizações nos trechos norte e oeste do Rodanel, em Santana do Parnaíba, em Barueri e na rodovia dos Bandeirantes.

Um dos motivos da transferência é retirar da cidade não só a intensa movimentação na região da Ceagesp, mas também a que ocorre na zona cerealista, esta localizada próxima ao centro da cidade.

A ação depende não só do governo federal, mas também do estadual e do municipal. Escolha do local, construções adequadas, logística de abastecimento e de distribuição devem estar na mira dos governos.

Roseli Silva, diretora de implantação do Nesp (Novo Entreposto de São Paulo), localizado na rodovia dos Bandeirantes, diz que poderá haver espaço para mais de um entreposto.

Ela entende que o governo vá atribuir essa função à iniciativa privada e a quem estiver em condições de atender aos requisitos exigidos para a movimentação dos produtos negociados nos entrepostos.

O importante, portanto, são a capacidade técnica e o cumprimento das normas de vigilância sanitárias, afirma Silva.

A Ceagesp comercializa frutas, legumes, verduras, flores e peixe. O projeto de transferência da zona cerealista para o novo local deverá acrescentar também a comercialização de grãos, de lácteos e de carnes, segundo Silva.

No caso do Nesp, que já tem 300 sócios, o projeto de instalação continua e depende de liberações da prefeitura, como certidão de definição de solo.

Ao estado cabe a liberação de uma saída da rodovia para o empreendimento. A rodovia dos Bandeirantes é considerada classe zero, sem acessos particulares.

O governo federal não tem interferência, desde que o projeto cumpra as exigências sanitárias para a comercialização de alimentos.

Uma das preocupações do setor é que haja alguma interferência política, principalmente devido às desavenças entre o governador João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Se o governo federal, por exemplo, não encerrar a Ceagesp atual, haveria uma concorrência entre os projetos novos com o antigo.

São Paulo tem de seguir a tendência de grandes centros urbanos e retirar essa movimentação exagerada de caminhões de dentro da cidade. Melhora no trânsito, menor poluição e preços mais acessíveis seriam fatores imediatos.

Soja O relatório de oferta e demanda de fevereiro do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) teve um tom ligeiramente pessimista para o mercado da oleaginosa. Embora os estoques de passagem nos EUA tenham sido revisados para baixo, o crescimento esperado da produção no Brasil precipitou uma revisão para cima dos estoques globais.

Boa disponibilidade Isso consolida a percepção de que existe uma boa disponibilidade de grãos no mundo, a despeito da quebra da safra americana. A avaliação é de Guilherme Bellotti, gerente de agronegócio do Itaú BBA.

Milho Os estoques de passagem dos EUA foram mantidos, frustrando as expectativas do mercado, uma vez que o aumento da utilização do grão para a produção de etanol foi compensado pela redução das exportações.

Relação estável Sob a perspectiva global, apesar dos pequenos ajustes para cima da produção e da demanda, a relação entre estoque e consumo na safra permaneceu praticamente estável, em comparação à do relatório anterior, afirma o analista do Itaú BBA.

Brasil Daniele Siqueira, analista da AgRural, diz que um dos destaques do Usda foi a elevação da safra brasileira para 125 milhões de toneladas, volume acima do esperado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Importações Ela destaca também um cenário que a China já vinha sinalizando, mas que só agora o Usda apontou: o do aumento das importações chinesas para 88 milhões de toneladas. Isso abriu perspectivas de os EUA elevarem as suas exportações para 49,7 milhões de toneladas, o primeiro aumento previsto nesta safra.

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