Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Juntas, peste suína africana e Covid-19 dificultam retomada da suinocultura

Estudo de banco aponta que recuperação mundial do setor deverá ser mais lenta do que o esperado; Brasil mantém exportações

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A peste suína africana está um pouco esquecida durante a pandemia mundial provocada pelo coronavírus. A peste, no entanto, continua sendo um fator de preocupação para os países afetados.

A Covid-19, com origem na China, está retardando a retomada da suinocultura prevista para este ano.

Os efeitos da queda de demanda no curto prazo e da redução no processamento dessa proteína inibem uma evolução maior da reprodução nas granjas.

Criação de porcos em na província de Henan, na China - Jason Lee - 13.jan.2020 /Reuters

A demanda sofreu um choque, principalmente devido à quarentena e à redução de atividades do setor de alimentação fora de casa no mundo todo.

Já a industrialização do produto está sendo afetada pela falta de mão de obra nos frigoríficos, provocada pelo avanço do vírus em grandes produtores, como nos Estados Unidos.

A retração da economia, com forte queda do PIB (Produto Interno Bruto) em países importantes para a economia mundial, inibirá ainda mais o crescimento do setor, gerando um cenário desafiador para este ano. É o que aponta estudo do Rabobank, banco especializado em agronegócio.

O Brasil começa a apresentar sinais de queda no consumo interno, mas as exportações, apesar da Covid-19, aumentaram 33% no primeiro trimestre. As vendas externas devem continuar.

O Brasil é favorecido pela falta de carne suína na Ásia e pela intensa queda do real em relação ao dólar, o que torna o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional.

A China continua sendo o principal mercado para os produtores brasileiros, que sofrem, porém, com a elevação de custos de produção nos meses recentes.

O país asiático, devido à persistência da peste suína em algumas de suas regiões, tem uma recuperação lenta do rebanho. O mesmo ocorrendo com a demanda interna. Os preços, contudo, continuam elevados, segundo o banco.

A produção chinesa deverá recuar de 15% a 20%, enquanto as importações ficarão entre 3,5 milhões e 4 milhões de toneladas neste ano. Os dados de janeiro e fevereiro já indicam para esses números, segundo o Rabobank.

Na Europa, a intensificação do coronavírus e da peste suína traz instabilidade aos preços. A preocupação continua com a ocorrência de novos casos na Polônia, à porta da Alemanha, um importante produtor no continente.

Já nos Estados Unidos, onde há fechamento ou a redução de atividades nos frigoríficos, devido ao aumento de trabalhadores afetados pelo vírus, as preocupações são ainda maiores.

A queda no fornecimento de produtos para as redes de alimentação fora de casa provoca intensas reduções de preços no mercado e deixa um número recorde de suínos nas granjas americanas.

A cadeia da suinocultura americana é afetada ainda pela desvalorização da moeda do México, o que prejudica as exportações para este país. As exportações americanas, no entanto, crescem, principalmente para a China.

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