Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

EUA têm déficit histórico no saldo da balança do agronegócio

Importações do primeiro trimestre do ano superam exportações pela primeira vez no país, segundo dados do governo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Os Estados Unidos tiveram uma queda histórica na balança comercial do agronegócio neste primeiro trimestre de 2020. Pela primeira vez, as importações superaram as exportações.

Os dados são do FAS (Foreign Agricultural Service), do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), e foram divulgados nesta terça-feira (5).

O déficit comercial no setor agropecuário é pequeno. As exportações ficaram em US$ 34,6 bilhões de janeiro a março, apenas US$ 24 milhões a menos do que as importações.

Esse desbalanço do setor, no entanto, mostra uma política errática do presidente do Donald Trump, que saiu de acordos comerciais importantes e colocou barreiras em mercados de peso, como o da China.

O cenário não é bom também no chamado ano fiscal, iniciado em outubro de 2019. De lá para cá, as exportações somam US$ 71 bilhões, com saldo positivo de apenas 2% em relação às importações.

No primeiro trimestre do ano, os Estados Unidos ganharam força na América do Norte, em parte da Ásia e no norte da África.

As exportações americanas recuaram, porém, em vários mercados importantes para o agronegócio. Entre eles estão a União Europeia, o Reino Unido, o Oriente Médio, a América do Sul e alguns países da Ásia, como Japão, Taiwan e Coreia do Sul.

A situação só não foi pior porque a China está em busca de carne em qualquer parte do mundo. Com isso, as vendas de carne de frango dos americanos para os chineses subiram 1.056% nos três primeiros meses do ano, em relação a igual período de 2019. A de porco teve evolução de 401% e a de bovino, 8%. A evolução é em dólares.

O bom desempenho das exportações de carnes dos Estados Unidos para a China fez com que as receitas obtidas no trimestre no país asiático subisse para US$ 8 bilhões, 97% mais do que no ano anterior.

Apesar do percentual elevado em relação a 2019, esse valor ainda é pequeno em comparação à média dos anos anteriores. Até 2018, as exportações americanas para os chineses ficavam, em média, em US$ 20 bilhões no primeiro trimestre.

A esperada importação de soja pela China, como quer Trump, ainda não ocorreu. Os chineses deixaram apenas US$ 1,1 bilhão para os americanos nas compras da oleaginosa neste primeiro trimestre do ano, 39% menos do que no anterior.

Ao contrário dos Estados Unidos, o Brasil ganha força nas exportações e no saldo comercial agrícola neste ano, graças às exportações de soja e de carnes.

No mês passado, as vendas externas de soja atingiram o recorde de 16,3 milhões de toneladas, permitindo que o setor agrícola registrasse uma evolução de 60% em relação a abril de 2019, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Nos quatro primeiros meses do ano, a agricultura teve evolução de 17,5% nas exportações médias diárias do setor, em comparação aos quatro primeiros meses de 2019.

As exportações para a Ásia cresceram 16%. As de soja, 30%, e as de carne bovina, 80%.

Já a Europa importou mais soja (85%) e mais café (32%) do Brasil.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.