Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Setor de carnes dos EUA ainda sofre efeito da pandemia

País importou 42% mais carne bovina do Brasil em junho, segundo o governo americano

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Os dados da pecuária americana, divulgados nesta terça-feira (18) pelo Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), mostram o intenso efeito da Covid-19 sobre o setor.

A carne bovina, a mais afetada, registrou queda de 15,2% nas exportações de janeiro a junho deste ano, em relação a igual período de 2019.

Já a suinocultura obteve o melhor desempenho no setor, elevando as vendas externas em 27,7%. No caso do frango, as exportações do primeiro semestre superaram em 4,2% as de igual período de 2019.

De grande porte e com uma intensa concentração nos abates, muitos frigoríficos bovinos tiveram de fechar as portas devido à alta incidência do coronavírus em seus trabalhadores.

Vacas se alimentando em fazenda na Califórnia
Carne bovina registrou queda de 15,2% nas exportações de janeiro a junho deste ano, em relação a igual período de 2019 - Frederic J. Brown/AFP

Com isso, a oferta de carne caiu e, para abastecer o mercado interno, o país teve de elevar as importações. Em junho, as compras externas de carne bovina foram 33% superiores às de igual mês de 2019. Os americanos aumentaram em 42% as compras no Brasil naquele mês.

As indústrias esperam aumentar os abates neste segundo semestre, e garantir uma produção de 12,4 milhões de toneladas no ano.

Devido aos efeitos da Covid-19 no mercado, e abates menores, o número de gado confinado está em 13,7 milhões de cabeças, e o rebanho do país em 103 milhões.

O cenário para a suinocultura é bem melhor. A utilização da capacidade de abate de animais voltou ao patamar anterior à crise e está em 95%. Em maio era de 72%.

Apesar das intrigas entre Estados Unidos e China, a participação do país asiático no mercado americano tem sido fundamental para a recuperação da suinocultura.

No segundo trimestre deste ano, os chineses ficaram com 38% das exportações de carnes suína dos EUA. No ano passado, a participação era de apenas 12% no período.

Os abates de frango estão em queda, e as aves americanas registram recordes de peso pelo tempo que ficam nas granjas. Em junho, foram abatidos 5% menos frango do que no mesmo mês de 2019.

Com presença menor da China no mercado, as exportações de frango deste ano deverão ser de 3,3 milhões de toneladas. Em 2021, caem ainda mais, para 3,2 milhões, segundo o Usda.

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