Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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China avança ainda mais no mercado americano de soja

Compras da safra 2020/21 já superam em 210% o volume médio das últimas cinco safras

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Após esgotar a soja brasileira, os chineses entram firme no mercado norte-americano. Os dados desta quinta-feira (24) do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam que as vendas da última semana somaram 3,2 milhões de toneladas.

Com isso, as exportações totais de soja dos Estados Unidos na safra 2020/21 atingem 35,5 milhões de toneladas. A soja ainda está na lavoura.

No ano passado, quando os ânimos entre China e Estados Unidos estavam bastante acirrados, as vendas totais dos americanos eram de apenas 12 milhões no período. A média dos últimos cinco anos para esse período é de 19 milhões.

Os americanos só estão colocando tanta soja no mercado externo devido aos chineses. Eles já compraram 19,2 milhões de toneladas da oleaginosa nesta safra 2020/21, volume bem superior aos 2 milhões de igual período de 2019.

Tratores enfileirados em campo de soja em Campo Novo do Parecis, 400 km de Cuiabá (MT)
Plantação de soja em Campo Novo do Parecis, 400 km de Cuiabá (MT) - Yasuyoshi Chiba/AFP

A média de vendas para a China nas últimas cinco safras é de 6,2 milhões neste período do ano, conforme dados do Usda.

Os chineses, que já ficaram com 72% da soja exportada pelo Brasil neste ano, adquiriram 54% do volume a ser exportado pelos americanos na safra 2020/21.

Fernando Muraro, diretor da AgRural, diz que esse apetite da China ocorre porque o país foi pouco afetado pelo coronavírus, e não sofrerá recessão, como está ocorrendo nos demais países.

A recuperação do setor chinês de proteínas, muito afetado antes da pandemia devido à peste suína africana, está se recompondo rapidamente, e exige soja e milho em grandes quantidades, segundo Muraro.

As compras dos chineses não se restringem à soja, mas avançam também no milho. As vendas de milho dos norte-americanos, nesta safra 2020/21, já somam 23 milhões, bem acima dos 9 milhões do ano passado.

Os chineses também se aproveitam dos baixos preços para elevarem seus estoques. A soja a US$ 9 por bushel, e o milho a US$ 3, compensam as compras, afirma o diretor da AgRural.

Muraro diz que os chineses se voltam para o mercado norte-americano também para cumprir compromissos assumidos em janeiro, nas negociações da chamada Fase 1, em que o país se comprometeu a elevar as compras de produtos agrícolas dos EUA.

*

Pilares A líder da divisão agrícola da Bayer Brasil, Malu Nachreiner, diz que a empresa está focada em vários pilares básicos. Entre eles, o da inovação. A empresa investe pelo menos R$ 15 bilhões pelo mundo neste setor.

Sustentabilidade As transformações digitais também estão no radar da Bayer, assim como a sustentabilidade. Neste caso, sempre com um olhar para o futuro. Nachreiner diz que a empresa também acredita muito em parcerias, até mesmo nas de fora do agronegócio.

Ilegalidade A Bayer está disposta a negociar e a ajudar produtores em dificuldades com a sustentabilidade. A política socioambiental inclusiva é a primeira opção. Não negociará, porém, com os que persistirem na ilegalidade, segundo a executiva.

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