Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Entre EUA e China, governo inteligente fica com os dois

Chineses lideram compras de alimentos no Brasil, e americanos auxiliam na tecnologia

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As mais recentes liberações de importações brasileiras de produtos agrícolas pelo governo colocaram os Estados Unidos em destaque.

Os americanos têm à disposição dos brasileiros etanol, trigo, arroz, milho e soja. Quanto a esses produtos, à exceção do combustível, o Brasil não dependia dos Estados Unidos.

Neste ano, porém, devido à escalada das exportações brasileiras, o país está recorrendo ao mercado americano para repor estoques.

Os EUA são importantes também em alguns produtos básicos para a produção de proteína no Brasil. Ovos fertilizados e sêmen bovino estão no topo da lista das compras brasileiras no mercado americano.

A relação comercial entre os dois, porém, é pequena, uma vez que são extremamente concorrentes no mercado mundial nos mesmos produtos.

Os americanos são muito importantes para o café brasileiro. Até setembro, os Estados Unidos despenderam US$ 635 milhões (R$ 3,56 bilhões) no país com esse produto em grão. As importações de café solúvel somaram US$ 82 milhões.

Os brasileiros se aproveitam também do mercado dos Estados Unidos no etanol, nas carnes processadas, nos sucos e na açúcar. Neste último caso, devido à reserva de mercados dos americanos, a participação brasileira é bem menor do que deveria ser.

Já o mercado chinês toma outra dimensão, quando se trata de produtos agrícolas. As importações brasileiras são pequenas e praticamente se restringem a alho, produtos para alimentação animal, tripas de porco e de cordeiro, produtos hortícolas e peixes.

Do lado das exportações brasileiras, no entanto, a dimensão é outra. As vendas de alimentos do Brasil para a China somam US$ 25,6 bilhões neste ano, enquanto as para os Estados Unidos se restringem a US$ 2,4 bilhões.

Atualmente, os setores brasileiros de soja e de carnes não teriam a importância que têm sem a China. Avançam também no mercado chinês, as vendas brasileiras de suco e de açúcar. Esta última já soma US$ 700 milhões neste ano.

Enquanto a China é importante nas compras de alimentos do Brasil, os Estados Unidos têm contribuição a dar na parte de tecnologia.

*

Abaixo do esperado A boa produção de trigo do Rio Grande do Sul poderá ficar apenas na promessa, em alguma regiões. Geada seguida de seca afetou a produtividade, segundo a FecoAgro.

Parecia bom, mas... A relação do custo de produção com os preços atuais da saca de trigo está muito boa. Metade dos produtores, porém, não está aproveitando os R$ 70 por saca nas negociações atuais. Fizeram vendas antecipadas a valores menores, diz a FecoAgro.

Bem abaixo A produção, esperada inicialmente próxima de 3 milhões de toneladas, devido ao aumento de 26% na área plantada, deverá ficar em 2 milhões.

Na casa do inimigo O candidato democrata Joe Biden avança em regiões produtoras de milho. Na eleição passada, Donald Trump dominou nesses estados.

Sustentável Os produtores veem uma possibilidade de o etanol de milho ser inserido ainda mais na grade de produtos menos poluentes. Há um temor em alguns, porém, que, se eleito, o presidente coloque muitos ambientalistas nas agências de regulamentação.

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