Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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EUA querem exportar mais em 2021 e contam com o Brasil

Americanos esperam que a soja brasileira perca atratividade e que as importações de trigo aumentem

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A guerra fria entre Estados Unidos e China sobe de tom. As relações comerciais, no entanto, continuam, com os chineses aumentando cada vez mais as importações de alimentos dos americanos.

Nesta terça-feira (6), o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) refez as estimativas do setor agropecuário para o ano fiscal de 2020, iniciado em outubro de 2019.

Com dados até agosto último já apurados, os americanos não vão conseguir o patamar esperado no comércio exterior como imaginavam.

As exportações deverão ficar em US$ 135 bilhões, abaixo das expectativas feitas em maio, e o saldo do agronegócio será de apenas US$ 3,3 bilhões, bem abaixo dos US$ 6,3 bilhões esperados na previsão de maio último.

Contâiners em porto de Xangai
Contâiners em porto de Xangai - Aly Song/Reuters

Para o ano fiscal de 2021, que já começou em outubro, os americanos esperam uma boa melhora nas exportações, previstas em US$ 140,5 bilhões.

Mesmo que atingido, esse volume de receitas ficará abaixo dos US$ 143 bilhões gerados em 2018, antes das aventuras de Donald Trump neste setor no comércio mundial.

Para atingir a meta neste ano fiscal, os Estados Unidos esperam o auxílio do Brasil. Contam com um aumento das receitas com soja de US$ 4,2 bilhões, com o valor total subindo para US$ 20,4 bilhões. Para que isso ocorra, apostam na firme demanda chinesa e na perda de competitividade dos exportadores brasileiros.

A demanda chinesa deverá continuar, mas a perda de competitividade brasileira não está tão clara, uma vez que o país já vendeu 50% da produção que ainda nem semeou.

Os americanos contam ainda com as importações brasileiras, principalmente as de trigo, de arroz e de etanol. As estimativas de receitas do Usda com as exportações totais de trigo são de US$ 6 bilhões, e as com arroz, US$ 2 bilhões.

Os americanos estão próximos de divulgar os números finais do ano fiscal de 2020. Os dados de outubro de 2019 a agosto de 2020 indicam que o país adotou políticas externas agressivas com os parceiros comerciais e completamente equivocadas.

O resultado foi que os americanos perderam espaço em praticamente todas as regiões do mundo: América do Norte, União Europeia, América do Sul, Oriente Médio, Oceania, América Central e África subsaariana.

O equilíbrio fiscal de 2020, em relação ao de 2019, virá das negociações com a China. O acordo da Fase 1, no início do ano, e a forte demanda do país asiático para repor estoques elevaram as importações por parte da China e de Hong Kong no mercado dos Estados Unidos para US$ 16,3 bilhões até agosto.

Os Estados Unidos também conseguiram melhorar a posição no norte da África, uma região que rendeu US$ 2,5 bilhões nas vendas externas.

*

Associação diz que Secretaria de Agricultura atrasa entrega de semente em SP; governo rebate

Os pequenos agricultores de São Paulo ficaram sem sementes de feijão em várias regiões do estado. Produzidas e comercializadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado para a safra das águas, as sementes chegaram tarde às mãos dos produtores neste ano.

A afirmação é da Apaer (Associação Paulista de Extensão Rural). Segundo ela, a Secretaria não produziu as sementes no tempo ideal. Com isso, os produtores tiveram de ir ao mercado, e pagar R$ 200 por uma saca de 20 quilos.

A tabela da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável, para as sementes produzidas em fazendas do governo, indica R$ 120.

O mesmo ocorreu com o milho. Com o fechamento das Casa da Agricultura, devido à pandemia, o produtor ficou com apenas 14 postos de distribuição no estado.

O produtor distante desses núcleos de distribuição paga R$ 500 por saca de 16 quilos no mercado, sendo que o preço da semente na Secretaria é de R$ 106 por uma saca de 20 quilos.

Consultada, a Secretaria de Agricultura paulista afirma que, desde março, os atendimentos passaram a ser realizados por teleatendimento, em função da pandemia, e que a distribuição de sementes não foi afetada.

A semente de feijão, segundo o órgão paulista, foi comercializada de março a junho. No caso do milho, as sementes estarão disponíveis a partir desta segunda-feira (12).

A Secretaria informou que foram produzidas 60 toneladas de sementes de feijão, o mesmo volume de 2019. Segundo o órgão, são 17 os núcleos de distribuição.

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