Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu alimentação

Brasil inibe alta maior de preços de alimentos no mundo

Ao contrário de Estados Unidos, Argentina e Ucrânia, país tem alta na produção de grãos

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A alta mundial nos preços dos alimentos, registrada pela FAO, poderia ser maior, não fosse o Brasil, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Enquanto grandes produtores e exportadores, como Estados Unidos, Argentina e Ucrânia, têm perdas na produção, o Brasil vem registrando recordes.

O milho é um dos destaques nesta safra. Os americanos, que chegaram a estimar 406 milhões de toneladas, produziram apenas 360 milhões, conforme dados atualizados nesta terça-feira (12) pelo Usda.

A queda ocorre em um momento de previsão de alta no consumo de milho para a produção do etanol. Esse setor industrial consome 35% da produção total do cereal do país.


Com isso, os estoques finais deste cereal recuarão para 39,4 milhões de toneladas em 31 de agosto, final do ano comercial. O volume será suficiente para apenas 39 dias de uso, o menor desde a safra 2013/14, segundo a AgRural.

O relatório desta terça-feira aponta também quedas de 18% na produção de milho da Ucrânia e de 7% na da Argentina. Os dois países são importantes no mercado mundial deste cereal. Já o Brasil produzirá 109 milhões de toneladas, 7% a mais, segundo o Usda.

Japão, Coreia do Sul e China aumentam as importações, com esta última comprando 130% a mais neste ano. Safras menores e importações maiores farão os estoques mundiais recuarem 6% nesta safra.

O cenário para a soja também não é confortável. Os americanos, que esperavam até 120 milhões de toneladas nos melhores momentos da lavoura, produziram apenas 112,5 milhões. Com isso, os estoques finais deles vão cair para 3,8 milhões de toneladas em agosto, o suficiente para apenas 11 dias de consumo, segundo a AgRural.

A produção argentina recua para 48 milhões de toneladas, mas a brasileira sobe para 133 milhões, nos cálculos do Usda, mantendo a safra mundial em 361 milhões de toneladas, 7% maior.
Estados Unidos e Ucrânia já registraram as quedas. Brasil e Argentina ainda têm o desafio do clima para atingir esses volumes projetados.

China importa menos carne

Os chineses começam a se recuperar dos efeitos da peste suína africana. Neste ano, importarão 8,3 milhões de toneladas de carnes de boi, de porco e de frango, com redução de 6%, em relação ao volume do ano anterior.

As maiores compras externas continuam no setor de suínos, previstas em 4,6 milhões de toneladas, 11% mais.

As importações de carne bovina ficam estáveis, em 2,8 milhões, enquanto as de frango recuam 7%, para 925 mil toneladas. As estimativas são do Usda, divulgadas nesta terça-feira (12).

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Perda de força Após preços recordes da carne no segundo semestre, os suinocultores paulistas tiveram uma redução no poder de compra de insumos no final de ano, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Relação menor Em dezembro, um quilo de carne suína correspondia a 5,95 quilos de milho e a 2,87 quilos de farelo de soja. Esses números representaram queda de 17% e 19%, respectivamente, em relação aos de novembro.

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