Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Apesar da pandemia, PIB do agro pode ser recorde em 2020

Até novembro, a alta foi de 19,7%, devido evolução da produção e dos preços, aponta o Cepea

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O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio registrou recorde no ano passado. É o que mostram os dados apurados até novembro, quando a evolução foi de 19,7% no ano.

Os destaques ocorreram dentro da porteira e no setor de agrosserviço, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

O setor primário teve aumento de 47,5% nos onze primeiros meses, acima dos 17,1% do segmento de agrosserviços. Já insumos e agroindústria evoluíram menos, somando 3,4% e 5,5%, respectivamente.

O acompanhamento de PIB do Cepea difere do sistema do IBGE. As taxas do Cepea consideram evolução de volumes e de preços, apontando a renda real do setor. Já as taxas do IBGE refletem apenas evolução do volume.

Se fossem usados apenas os critérios do IBGE, o dados do Cepea de janeiro a novembro registrariam uma queda de 2,15% no PIB do agronegócio.

Retomando os dados pelo critério do Cepea, o segmento agrícola teve evolução de 18,2% até novembro, e o da pecuária, 23,1%.

Preços maiores do que os de 2019 e safra recorde de grãos, inclusive com crescimento também na produção de vários produtos, como açúcar, café e cacau, permitiram uma alta de 62,3% no segmento agrícola primário. Já o segmento primário da pecuária, com o aumento de abates e de preços, registrou alta de 24,9%.

Apesar dessas taxas exuberantes de crescimento, os pesquisadores do Cepea alertam que está havendo apenas uma correção no setor. De 2017 a 2019, a renda real do setor primário agrícola havia caído 20%.

Parte dos produtores não usufruiu da alta de preços do ano passado porque haviam comercializado antecipadamente a safra. Além disso, houve uma elevação dos custos de produção, afirmam os pesquisadores do Cepea.

No setor pecuário, a evolução das taxas de crescimento do PIB foi mais uniforme do que no agrícola. Os segmentos primário e agrosserviços subiram 25%, enquanto a agroindústria teve aumento de 20%. Já o segmento de insumos não acompanhou os demais e teve alta de 6%.

A agroindústria foi o setor mais afetado pelo coronavírus em 2020, mas mostrou sinais de recuperação no segundo semestre. De janeiro a novembro, a evolução do PIB no setor foi de 5,9%.

Alguns produtos vão terminar o ano de 2020 com bom patamar de faturamento, conforme dados ainda provisórios do Cepea.

O arroz um dos líderes, teve evolução de 65%. Essa alta vem do aumento de 55% nos preços do cereal e de 7% na produção. Bom para os produtores, ruim para os consumidores, que pagaram mais pelo produto.

Soja, Milho e café também tiveram faturamento acima de 40%. Os setores de carnes registram taxas menores.

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