Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Preços externos de grãos cedem, mas ainda são resilientes

Indefinições de colheita na América do Sul e de plantio nos EUA ainda vão dar instabilidades aos preços

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É cedo para uma definição de tendência das commodities no mercado internacional. Após ter atingido as máximas nos últimos meses, os preços agora caem, mas ainda mostram resiliência.

O contrato de março da soja, após ter atingido US$ 14,3650 em 13 de janeiro, recuou para US$ 13,5750 nesta terça-feira (2). Milho, trigo e café também caíram.

O foco sobre os grãos mudou. Antes, a situação argentina preocupava o mercado. Clima adverso e embate entre governo e produtores indicavam possibilidades de perdas maiores na produção do que se prevê agora.

Os dados mais recentes da Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontam para 46 milhões de toneladas de soja. Os Estados Unidos já colocaram no armazém a safra de 2020, que rendeu 113 milhões. A brasileira ainda está sobre o efeito das chuvas, mas deverá somar 132 milhões de toneladas.

Este início de safra no Brasil está sendo complicado, segundo Daniele Siqueira, da AgRural. A primeira quinzena deste mês ainda será de pouco volume colhido, o que torna os importadores nervosos, uma vez que os Estados Unidos, principal fornecedor nesse período do ano, já estão sem estoques.

Siqueira acredita que só a partir de março as exportações brasileiras de soja deverão deslanchar, embora o volume da segunda quinzena deste mês já deva ter um ritmo melhor. Os preços das commodities dependem, ainda, da opção de plantio dos produtores norte-americanos na safra 2021/22. A soja, antes dominante na intenção dos produtores, poderá perder um pouco de espaço para o milho, que também está com preços rentáveis. O produtor dos EUA tem também a opção do algodão, cujos preços melhoraram.

A decisão de plantio dos americanos é importante para o produtor brasileiro. O avanço do milho no Meio Oeste dos EUA deixa mais espaço para a soja brasileira no mercado internacional.

São muitos os fatores que devem influenciar a volatilidade dos preços nos próximos meses. Além dos relacionados ao campo, é preciso ver o que o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reserva para a agricultura, após os primeiros cem dias de governo. Estes serão prioritariamente dedicados ao combate à Covid-19.

Ele deve alterar a dinâmica do mercado externo adotada por Donald Trump com os principais parceiros comerciais, inclusive com a China.O mercado de commodities depende, ainda, da evolução do dólar. Se a modea se mantiver alta, prejudica os exportadores americanos.


Café A produção mundial de 2019/20 deve ficar em 168,7 milhões de sacas, segundo a OIC (Organização Internacional do Café). Esse número registra queda de 0,9%, em parte devido à redução da produção de café arábica no Brasil.

Café 2 Em 2020/21, a produção mundial deverá atingir 171,9 milhões de sacas, 1,9% acima da anterior, segundo a entidade. Desta vez, o aumento mundial de safra ocorrerá devido à elevação da produção de arábica no Brasil.

Consumo Após alta de 4,4% na safra 2018/19, o consumo mundial de café caiu 2,4% na seguinte. Fraqueza da economia mundial e medidas de distanciamento social cooperaram para essa queda. Para 2020/21, a entidade prevê alta de 1,3%.

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