Os produtores europeus voltam suas baterias contra o acordo comercial União Europeia e Mercosul. A lista de reclamações vai de posições do presidente Jair Bolsonaro sobre o meio ambiente a padrões de produção diferentes dos adotados na União Europeia.
Em uma entrevista coletiva, a presidente da Copa, Christiane Lambert, e a vice-presidente da Cogeca, Agnieszka Maliszewska, manifestaram preocupações com a assinatura do acordo. As duas entidades reúnem fazendeiros e produtores ligados a cooperativas.
“Não podemos apoiar esse acordo assim como está. Há muitos elementos negativos sobre métodos de produção de carnes bovina e de aves, etanol e açúcar”, disse Lambert.
Na avaliação dela, os produtos vindos de fora devem respeitar as normas de produção da União Europeia, que produz um alimento de qualidade.
Ela destaca, ainda, que o acordo não leva em conta os setores mais frágeis de produção do bloco europeu. Cita a importação de 90 mil toneladas de carne bovina em um mercado em que já há carne o suficiente. Para a presidente da Copa, esse volume traria uma pressão sobre os preços.
No caso das aves, o volume aceito é grande demais e representa a produção conjunta da Finlândia, da Suécia e da Dinamarca.
Além disso, a presidente da entidade aponta a utilização, nos países do Mercosul, de inseticidas e herbicidas proibidos na Europa.
Para ela, a Europa desenvolveu estratégias exemplares de meio ambiente e de comércio, e o bloco não pode, depois de tanto esforço, competir com produtores que têm custos bem menores e que produzem em condições bem diferentes.
São posições já conhecidas as dessas entidades europeias, mas indicam o grau de dificuldade que será a implementação desse acordo.
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