Apesar de todas as incertezas que pairavam sobre o setor de confinamento no ano passado, quem adotou essa atividade teve lucro. E bons lucros.
Foi o que apurou a DSM —empresa que, por meio da Tortuga, atua no setor de suplementos nutricionais para animais— e o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Eles fizeram um acompanhamento em nove fazendas, e o pecuarista que confinou teve um ganho médio de 7,44 arrobas por animal nos 98 dias que manteve o gado confinado.
O resultado de 2020 foi um retorno recorde de 23,8% sobre o investimento, segundo Thiago Carvalho, do Cepea. A média do retorno dos cinco anos anteriores tinha sido de 11,3%. Os números finais mostraram que a taxa mensal de rendimento foi de 7,3%.
É um resultado bastante rentável, uma vez que o setor viveu um período de elevados custos, tanto no preço do bezerro como no de milho e soja, segundo a avaliação do pesquisador do Cepea.
Esse rendimento foi possível devido ao intenso apetite chinês, não só por carne bovina, mas também pelas demais proteínas e grãos do Brasil, afirma ele. A arroba boi boi gordo atingiu os R$ 300.
Para o zootecnista Marcos Baruselli, gerente de confinamento da DSM, tecnologia é a palavra chave. A associação dela com gestão e bom manejo resulta em maior produtividade, que gera lucro.
O cenário para este ano também é de bons rendimentos, afirma Carvalho. A taxa poderá não atingir o recorde do ano passado, mas ficará próxima de 12%.
A demanda chinesa vai continuar, mantendo os preços aquecidos. O resultado final, porém, vai depender do controle das contas e da disciplina do produtor, segundo o pesquisador.
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