Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Produtividade no campo melhora, e Ipea eleva PIB do setor

Taxa, estimada anteriormente em 1,5%, passa a ser de 2,2% neste ano

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O cenário no campo está melhor do que se esperava, e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) reavaliou a taxa do PIB (Produto Interno Bruto) da agropecuária.

Agora, o instituto prevê uma taxa de 2,2% para este ano, acima da estimativa de 1,5% divulgada anteriormente.

As melhores notícias vêm do setor agrícola, que cresce 2,3%. Os dados de safra do IBGE, base da formação da taxa de valor adicionado do Ipea, foram revistos neste mês.

As novas estimativas da safra de soja indicam uma produção recorde de 130,4 milhões de toneladas, 7,3% a mais. A produção de milho, também recorde, será de 103,5 milhões de toneladas, mas apenas 0,3% superior à anterior.

O café, devido à queda de 24% na produção e à sua importância no índice, impediu uma evolução maior do PIB. A cana, afetada por problemas climáticos anteriores à colheita, que começa em abril, deverá recuar 1,5%.

Se o Ipea utilizasse os dados agrícolas da Conab, a evolução do PIB seria maior, uma vez que ela prevê safra de 135 milhões de toneladas de soja e de 108 milhões de milho.

Dos 25 produtos agrícolas incluídos na lista do IBGE, 12 vão apresentar queda de produção neste ano. Já no setor de pecuária (bovinos, suínos, aves, leite e ovos), todos terão alta. Com isso, o PIB da produção animal sobe 1,9%.

Uma das principias recuperações é a da bovinocultura, que tinha caído 5,4% em 2020. Este segmento, no entanto, vai continuar com a oferta reduzida de bois prontos para o abate no primeiro semestre, o que manterá os preços em alta.

A suinocultura, que havia subido 8,5% no ano passado, cresce apenas 1,7% neste, abaixo dos 3,8% das aves.

Os principais desafios para o setor agropecuário neste ano serão a pouca oferta de bois, que, prevê o Ipea, ficará para o segundo semestre, e o plantio do milho fora da época ideal.

Tropicais Alguns países das Américas e do Caribe, como Honduras e Haiti, estão em uma situação mais vulneráveis do que os demais neste ano, afirmou Manuel Otero, presidente do IICA, nesta terça-feira (23) no seminário AgriTrop.

Questão social A partir de agora, agricultura, saúde e meio ambiente devem caminhar juntos, o que levará a um setor socialmente responsável. Para isso, é necessário conhecimento e uma agricultura inteligente, afirma Otero.

Como está a África? A agricultura no continente é muito complexa, diversificada e pouco valorizada. As instituições são frágeis e o arcabouço jurídico não coopera.

Investimentos privados A avaliação é de Fadel Ndiame, presidente da Agra (aliança para uma revolução verde na África). Os investimentos privados são insuficientes e há dificuldades de acesso às tecnologias.

Boas notícias Mas nem tudo é má notícia no continente africano. Há um grande potencial no continente, e a África poderá dar um salto na produção com acordos de cooperação, principalmente com o Brasil, afirmou Ndiame no seminário AgriTrop.

Atrativo para o jovem Para Joash Kibett, professor da Universidade de Kabianga, no Kênia, a agricultura precisa se tornar atrativa e com mecanismos de inovação. Só assim, o jovem vai permanecer no campo. Atualmente a atividade é muito tradicional e não o atrai, diz o professor.

Caminho de volta O etanol, que chegou a R$ 2,99 por litro em Paulínia, vem recuando e foi negociado a R$ 2,44 nesta terça-feira, segundo o Cepea.

De volta Antonio Galvan, que saiu da presidência da Aprosoja MT, assumirá o comando da Aprosoja Brasil no período de 2021 a 2024.

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