Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Em tempos de preços elevados, importador de café reexporta mais

Importações mundiais atingiram 130 milhões de sacas em 2020; destas, 47 milhões foram reexportadas

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De outubro a fevereiro, as exportações de café somaram 52,8 milhões de sacas, 2,5% mais do que em igual período anterior. O Brasil, líder mundial, colocou 20,5 milhões de sacas no mercado externo no período, 24% mais.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6) pela OIC (Organização Internacional do Café). A organização divulgou também que as importações mundiais de café de janeiro a dezembro de 2020 recuaram para 130,4 milhões de sacas, 3,4% menos do que em 2019.

Apesar do recuo, boa parte dos importadores fizeram muito dinheiro com o café que compraram do Brasil, da Colômbia, do Vietnã e de outros países.

Segundo a OIC, dos 130 milhões de sacas importadas de café, os países reexportaram 47,4 milhões. A União Europeia, a maior reexportadora, manteve, em 2020, o mesmo volume de 38,6 milhões de sacas de 2019.

Japão e Rússia, no entanto, reexportaram 129% e 65% a mais do que no mesmo período anterior. Noruega e Suíça também estiveram na lista de países que revenderam o café como produto final, e com valor agregado em relação ao grão.

Mesmo com as exportações do café como commodity, os produtores tiveram bom rendimento. Dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicaram que o café terminou fevereiro com preços nominais recordes no Brasil. Em março, após recuo, o produto voltou a subir.

A estimativa de que diminua a oferta mundial de café dá sustentação aos preços. Em março, ajudada pelo dólar, a saca foi negociada a R$ 732, em média, 7% mais do que em fevereiro, e 3% mais, em termos reais, do que em igual período do ano passado.

Se os brasileiros conseguiram uma renda razoável, devido à safra recorde e aos bons preços, o mesmo não ocorreu com pequenos produtores da América Central e da África, devido à quebra de safra nessas regiões.

Entre os que deixaram de aproveitar os preços elevados no mercado internacional estiveram República Dominicana e El Salvador, com quedas de 41% nas exportações de outubro a fevereiro. No Vietnã, o recuo foi de 16%, segundo a OIC.

O consumo mundial de café foi de 166,6 milhões de sacas na safra 2020/21, com alta de 1,3% em relação à anterior. O crescimento médio mundial desde a safra 2017/18 é de 1,1% ao ano.

Números de peso A produção de soja deverá atingir 137 milhões de toneladas no país, segundo dados do Rally da Safra. Esse volume recorde se deve à produtividade acima das expectativas e à área recorde de 38,6 milhões de hectares.

Números de peso 2 A Agroconsult, organizadora do Rally, prevê uma produtividade média de 59,3 sacas por hectare no país, 2,3 acima do volume da safra passada, e 0,8 saca superior à melhor marca obtida até então, em 2018.

Milho O Paraná ampliou a área do cereal na safra de verão, mas colheu menos devido à quebra de 15% na produtividade. Foram colhidos 8.743 quilos por hectare.

Soja A oleaginosa também teve produtividade menor no Paraná, segundo o Deral (Departamento de Economia Rural). Os paranaenses colheram, em média, 3.599 quilos por hectare, 5% menos do que em 2019/20.

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