Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu Ásia

Agronegócio tem de ficar de olho na Índia, diz embaixador brasileiro no país

Produtores têm de se preparar para oportunidades que surgirão nesta que será a terceira economia mundial

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O Brasil tem de pensar mais na Índia. "O que os brasileiros podem fazer hoje a respeito dessa pauta?", pergunta André Corrêa do Lago, embaixador do Brasil na Índia.

Têm de começar a negociar já o papel que o país poderá ter nas próximas décadas nessa economia que será a terceira maior do mundo, responde o próprio embaixador.

Brasil e Índia têm de desenvolver uma agenda conjunta porque os desafios são complementares, afirmou o embaixador no 10º Fórum Lide do Agronegócio, nesta quinta-feira (23).

André Corrêa do Lago, embaixador do Brasil na Índia, durante coletiva de imprensa - Gustavo Ferreira - 17.ami.2012/MRE

Em hemisférios diferentes, os dois países têm safras em período diverso, o que permite uma complementaridade.

Os brasileiros não devem, no entanto, olhar o mercado indiano apenas como uma oportunidade complementar, mas também buscar uma produção especialmente voltada para os indianos.

A Índia tem consciência de que, para melhorar a renda de sua população, vai necessitar de tecnologia, cooperação internacional e produtos de outras origens, inclusive do Brasil.

Um dos exemplos dessa abertura, segundo Corrêa, são as negociações com o Mercosul, que inclui a pauta agrícola. Há uma visão antiga e errada de que a Índia possui uma política superprotecionista nesse setor, afirma o embaixador.

A aproximação do Brasil com a Índia é essencial para o setor agrícola brasileiro nas próximas décadas. O embaixador citou a necessidade crescente dos indianos no setor de pulses (leguminosas de grãos duros, como grão-de-bico).

Maurício Lopes, pesquisador e ex-presidente da Embrapa, disse no evento que as pesquisas avançam no país na produção de pulses, que poderão ser destinados não só para a Índia, mas também para vários outros mercados.

A opção por proteína vegetal por muitos consumidores, em detrimento das carnes, darão novo impulso às leguminosas, segundo o pesquisador.

A classe média indiana é crescente e atualmente supera a da União Europeia, de acordo com o embaixador. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam, porém, que as relações comerciais entre Brasil e Índia ainda são pequenas no setor agropecuário.

O Brasil exportou o correspondente a US$ 527 milhões (R$ 2,8 bilhões) de janeiro a agosto deste ano. Na lista das exportações estão óleo de soja, açúcar, etanol e feijão.

No sentido inverso, a Índia é grande fornecedora de insumos agroquímicos para o Brasil. Neste ano, as importações brasileiras somaram US$ 320 milhões (R$ 1,7 bilhão) até agosto, colocando os indianos na terceira posição entre os maiores fornecedores de agroquímicos para o Brasil.

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