Em um ano em que parte da safra mundial de grãos está comprometida pela seca, a China tirou o pé nas importações e deverá comprar menos soja e menos milho.
Se o país asiático mantivesse o mesmo ritmo de importações dos anos anteriores, os preços internacionais das commodities estariam ainda mais aquecidos.
Os dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desta quarta-feira (9) apontaram a tendência de quebra de safra na América do Sul, embora em proporção menor do que a prevista pelo mercado.
Segundo o órgão norte-americano, os chineses vão reduzir para 97 milhões as importações de soja nesta safra 2021/22, um volume 3% inferior ao previsto no mês passado. No caso do milho, as compras externas caem de 29 milhões para 26 milhões de toneladas.
Os números de produção e de comércio internacional de milho podem sofrer mais ajustes do que os da soja, e os dados de exportações previstos pelo Usda podem estar superdimensionados.
A América do Sul, principalmente o Brasil, depende de um clima normal durante a safra. Já a Ucrânia, terceira maior exportadora mundial do cereal, está envolvida em questões políticas.
Um agravamento das tensões entre Estados Unidos e Rússia poderá dificultar a saída do produto da Ucrânia. Segundo o Usda, os EUA exportam 61,5 milhões de toneladas na safra 2021/22, liderando as vendas mundiais.A seguir vêm Argentina, com 42 milhões, e Ucrânia, com 33,5 milhões. Para o Brasil, os norte-americanos estimam vendas externas de 32 milhões de toneladas.
As exportações brasileiras de soja, mesmo com a quebra de safra, deverão ficar em 90 milhões de toneladas nesta safra, segundo o Usda. O produto brasileiro está mais atrativo do que o dos demais concorrentes.
Em janeiro, o preço médio da soja brasileira foi de US$ 547 (R$ 2.833), com alta de US$ 30 (R$ 155) em relação a dezembro. No mesmo período, a oleaginosa foi reajustada em US$ 41 (R$ 212) e US$ 46 (R$ 238) na Argentina e nos Estados Unidos. O produto argentino foi exportado por US$ 602 (R$ 3.118) por tonelada em janeiro, e o americano, por US$ 563 (R$ 2.786).
Inflação Os alimentos voltaram a ter um ritmo crescente neste início de fevereiro. A alta desse item no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) foi de 1,4% nas últimas quatro semanas, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Carne bovina Os Estados Unidos ampliaram as importações de carne bovina do Brasil em 260% em dezembro do ano passado, em relação a igual mês de 2020. O volume foi de 23,3 mil toneladas, conforme dados do governo americano.
Biológico O setor movimentou R$ 1,7 bilhão na safra 2020/21, e tem aumentos contínuos no Brasil. Para a Korin Agricultura e Meio Ambiente, os benefícios desses insumos já podem ser vistos em todas as regiões do país.
Agricultura natural A introdução no Brasil do Bokashi, prática de origem japonesa de recuperação e fortalecimento do solo, por meio de insumos agrícolas produzidos a partir da fermentação de material orgânico, permitiu o desenvolvimento da agricultura natural, segundo a empresa.
Sustentabilidade É preciso a busca dos agrossistemas, visando a segurança alimentar com produtividade, sustentabilidade e recuperação do solo, afirma Edson Shiguemoto, diretor de negócios da Korin.
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