Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu mudança climática

Fantasma da seca persiste e commodities agrícolas voltam a subir

Primeiro contrato da soja subiu 2,3% na Bolsa de Chicago, pressionando farelo e óleo

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As commodities agrícolas voltaram a subir nesta quarta-feira (16), apesar da queda nos preços do petróleo. A soja e seus derivados tiveram os maiores percentuais de elevação, uma vez que a preocupação com as condições climáticas na América do Sul ainda persistem.

No Brasil, mais consultorias reduziram as estimativas de produção da oleaginosa, com algumas prevendo apenas 122 milhões de toneladas na safra 2021/22. O potencial inicial indicava até 145 milhões.

Na Argentina, terceira maior produtora de soja do mundo, o fantasma da seca continua rondando o mercado. Este é um período importante para o desenvolvimento das lavouras, e as expectativas são de nova onda de calor nesta semana.

O Paraguai vive uma situação inédita. Tradicional exportador de soja para a Argentina, está importando do país vizinho. Estimativas mais pessimistas já indicam uma produção paraguaia de apenas quatro milhões de toneladas. As estimativas iniciais eram de dez milhões.

Plantação de milho seca em Entre Rios, Argentina - Stringer - 13.jan.2022/Reuters

Os esmagadores do país temem a falta de soja no segundo semestre deste ano. Essa condição dramática de oferta na América do Sul favorece a elevação dos preços.

Além disso, o dólar está caindo no Brasil, em relação ao real, o que torna a soja brasileira menos competitiva, incentivando as exportações norte-americanas e dando sustentação aos preços na Bolsa de Chicago

O dólar index (que aponta o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de outras moedas) também cai, e mostra que o mercado está mais propenso a risco.

Esse cenário facilita ainda mais a entrada e saída de recursos financeiros nas commodities agrícolas, deixando o mercado mais volátil.

O petróleo, com um cenário menos tenso no Leste Europeu, recuou para patamar próximo de US$ 91 (R$ 469), com queda de 1,2% no dia.

O contrato de março da soja subiu para US$ 15,87 por bushel (27,2 kg) nesta quarta-feira em Chicago, com alta de 2,3%. Seguindo a soja, o farelo subiu 2,4%, e o óleo de soja, 2%.

A alta se estendeu também para milho, café e trigo. O açúcar ficou estável, e o algodão caiu.

No mercado interno, acompanhamento de preços da AgRural apontou R$ 187 por saca de soja em Cascavel (PR), um valor 9% superior ao de há um mês. Em Sorriso (MT), a alta foi de 10%, com a saca sendo negociada a R$ 173 nesta quarta-feira.

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