Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu juros

Commodities refletem alta de juro nos EUA; efeito maior virá a médio prazo

Novas altas nas taxas retiram fundos do setor, e preços devem enfraquecer, segundo consultoria

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O mercado de commodities reagiu negativamente à decisão do Fed (Banco Central dos Estados Unidos) de elevar a taxa de juros para 0,25%. Praticamente todos os produtos agrícolas recuaram de preços nesta quarta-feira (16).

As commodities, após uma volatilidade muito grande desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, já estavam perdendo força.

A queda desta quarta-feira, no entanto, não foi pela mudança atual de taxa, que significa pouco para o mercado, mas pelas expectativas do que vem pela frente, diz Fernando Muraro, diretor da AgRural.

Bomba de extrair petróleo impressa em 3D sobre notas de dólares - Dado Ruvic - 14.abr.2020/Reuters

O Fed prevê uma taxa de juro de 1,9% para o final deste ano e de 2,8% para o próximo. Muraro acredita que uma taxa no patamar previsto para o final deste ano já é suficiente para mexer com o mercado de commodities.

Os fundos, atualmente com posições compradas bastante elevadas, iriam em busca de investimentos mais seguros. A participação desses fundos no complexo soja (soja, farelo e óleo) e no milho só é menor das registradas nos anos de 2008 e de 2012, períodos marcados por grande atração do mercado financeiro por commodities.

Essas mudanças de mercado, com eventual saída dos recursos financeiros das commodities e consequente recuo de preços, só devem ocorrer a médio prazo, segundo o diretor da AgRural.

Ele acredita que o petróleo ainda volte a subir, sendo acompanhado pelas commodities agrícolas. Isso porque a oferta está muito desestruturada.

Com o avanço das taxas de juro, haverá uma correção forte para baixo do petróleo e das commodities agrícolas. O dólar sobe.

Todos os bancos centrais deverão tomar medidas semelhantes à do Fed, diz Muraro. A taxa de inflação, impulsionada pelas commodities, afeta o bolso do consumidor de todas as formas, tanto pelo lado dos alimentos caros como pelo da energia e do transporte.

A Bolsa de commodities de Chicago terminou o dia em baixa nesta quarta-feira. O trigo, o produto que mais subiu nesse período de guerra, caiu 7,4%, para US$ 10,69 por bushel (27,2 kg).

Mesmo com a queda dos últimos dias, o preço atual do cereal ainda está 27% superior ao do dia anterior à invasão russa. O preço do milho recuou 3,7%, e o da soja, 0,6%.

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