Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu alimentação

Pecuária vive de recordes, mas informalidade cresce em 2021

Suinocultura e avicultura registraram os maiores volumes de carne; bovinocultura tem redução

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O setor de carnes viveu um período de recordes no ano passado, com demanda externa forte, preços internos elevados e produção acima da de 2020 em vários segmentos.

A pressão nos preços, no entanto, empurrou parte da produção da pecuária para a informalidade. É o que mostram os dados desta terça-feira (15) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A produção de carnes suína e de frango teve forte evolução, mas as exportações cresceram com maior intensidade no ano, o que mostra que a pressão da demanda veio principalmente do setor externo.

Já a oferta de carne bovina, devido à restrição de animais para abate, caiu 5,3% no período. Os preços internos da arroba, com alta média de 35% no ano, em relação a 2020, levaram os consumidores para proteínas mais acessíveis.

Bois gramado verde
Gado descansa na fazenda Ipê Ouro, em Uberaba (Minas Gerais) - Divulgação/Fazenda Ipê Ouro

O ovo, cuja produção recorde atingiu 3,98 bilhões de dúzias em 2021, foi uma delas. Com queda no poder aquisitivo, o consumidor aumentou a participação dessa proteína no cardápio diário.

Na bovinocultura, a elevação do preço dos bezerros fez parte dos pecuaristas reduzir a oferta de vacas para o abate, a fim de garantir um número maior de reprodutoras.

Segundo o IBGE foram apenas 9,1 milhões no ano passado, o menor número desde 2004. O total de animais abatidos caiu para 27,5 milhões de cabeças, com recuo de 7,8%.

O volume das carcaças de suínos subiu para o recorde de 4,9 milhões de toneladas, com evolução de 9,1% sobre 2020. As exportações, porém, aumentaram 12,7%.

A produção de carne de frango atingiu o recorde de 14,6 milhões de toneladas, com evolução de 6%. Embora o consumo interno tenha crescido, conforme a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), as exportações tiveram um ritmo ainda mais acentuado, registrando crescimento de 7,8% no ano, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Já o produtor de leite, devido ao aumento de custos na produção e queda no consumo de derivados pelos consumidores, cortou a produção em 2,2% em 2021. O IBGE registrou captação de 25,1 bilhões de litros.

Com a pecuária bovina aquecida e preços compensadores, a informalidade cresceu no setor. É o que mostram os dados de couro.

No ano passado, o país abateu 27,5 milhões de cabeças de gado sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. No mesmo período, porém, 29,3 milhões de couros foram adquiridos pelos curtumes.

Conforme esses dados do IBGE, o número de couros processados pelas indústrias superou em 6,4% o de animais abatidos sob inspeção, percentual que é o dobro do que ocorreu em 2020.

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