Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu Rússia

Queda do dólar alivia produtos agrícolas após um mês de guerra na Ucrânia

Soja tem recuo, mas preço do trigo supera o de há um mês

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Um mês após o início da guerra, os preços dos produtos agrícolas, embora ainda elevados, se acomodam no mercado interno. Já no externo, a volatilidade persiste, com a Bolsa de Chicago registrando valores recordes.

A soja é um desses exemplos. No mercado norte-americano, a oleaginosa supera os US$ 17 por bushel (27,2 kg), mas no Brasil, mesmo com o ritmo acelerado das exportações, a saca recuou para R$ 197 no porto de Paranaguá nesta quinta-feira (24).

Máquina deposita grãos de soja em propriedade no Distrito Federal
Máquina deposita grãos de soja em propriedade no Distrito Federal - Lucio Tavora - 18.fev.22/Xinhua

Há duas semanas estava em R$ 207, conforme acompanhamento de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

A pressão menor dos preços no mercado interno ocorre devido à queda do dólar que, nesta quinta-feira, esteve em R$ 4,83. A perda de força da moeda norte-americana suaviza as altas de preços ocorridas na Bolsa de Chicago.

Um mês após o início da guerra, no entanto, os produtos mais afetados, devido à importância dos dois países envolvidos no conflito, mantêm preços em alta no mercado interno, em relação aos valores de há um mês.

O trigo, que já vinha com reajustes no ano passado, está em R$ 1.900 por tonelada, segundo o Cepea, acima dos R$ 1.720 de há um mês.

O cereal, com os preços próximos de US$ 11 por bushel no mercado internacional, chega ao Brasil a R$ 2.200 por tonelada, segundo Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. A esse preço, fica difícil para a indústria repassar novos custos para o varejo, devido à perda de renda do consumidor.

O trigo que está sendo negociado atualmente pelos moinhos foi adquirido por R$ 1.500 por tonelada. Está difícil a reposição dessa diferença, segundo o analista.

Esse preço é sustentado, ainda, pelas boas exportações brasileiras. Até a terceira semana de março, as vendas externas de trigo já somam 2,2 milhões de toneladas neste ano.

O milho, que também tem preços em patamares elevados em Chicago, perde força no Brasil. A saca está sendo negociada, em média, a R$ 99, segundo o Cepea. Embora em queda, devido ao bom andamento do plantio da safrinha, os preços atuais ainda são superiores aos do início da guerra.

A oferta mundial de milho será menor neste ano, devido a dificuldades da Ucrânia em realizar o plantio atual. O país é um dos principais países em exportação,

A dobradinha arroz e feijão está com preços estáveis, mas esse cenário pode mudar. O cereal está em fase final de colheita, com preços de R$ 77 por saca no Rio Grande do Sul. Mercados conquistados nos últimos anos podem ser atrativos para as exportações brasileiras.

Já o feijão, cujas lavouras estão com bom desenvolvimento, tem ameaça de geadas. Se isso ocorrer, haverá nova pressão sobre os preços, que estão entre R$ 280 a R$ 300 por saca, segundo Brandalizze.

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