Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Exportações do agronegócio rendem US$ 131 bilhões em 12 meses

Presença de países asiáticos aumenta, com cinco deles entre os dez principias importadores

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As exportações do agronegócio atingiram o recorde de US$ 131 bilhões (R$ 621,2 bilhões) nos últimos 12 meses, um valor financeiro 28% superior ao de igual período anterior, conforme dados da Folha, com base em informações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Preços elevados dos produtos no mercado externo garantiram um montante tão alto. Em vista desse novo patamar de preços das commodities, a inflação se espalha por todos os países.

Máquina agrícola deposita grãos de soja no Distrito Federal
Máquina agrícola deposita grãos de soja no Distrito Federal - Lucio Tavora - 18.fev.22/Xinhua


O principal mercado brasileiro, de longe, continua sendo a China. Eles deixaram US$ 45 bilhões (R$ 213,4 bilhões) no país nos últimos 12 meses. Estados Unidos vieram a seguir, com US$ 9,5 bilhões (R$ 45,1 bilhões).

A Ásia é uma das regiões que mais se interessaram pelos produtos brasileiros. Dos dez primeiros países da lista dos principais importadores do Brasil, cinco são da região, todos com importações superiores a US$ 2,5 bilhões (R$ 11,9 bilhões) no período.

Entre os produtos mais exportados, a liderança continua com a soja em grão, que atingiu US$ 45 bilhões (R$ 213,4 bilhões). As proteínas somaram US$ 19,6 bilhões (R$ 92,9 bilhões) em receitas no período.

Isso ocorre apesar de a China ter ficado fora do mercado brasileiro por três meses na compra de carne bovina e de ter reduzido o volume adquirido de carne suína.

O açúcar, com oferta menor no mercado mundial, e consequente aceleração dos preços, também foi destaque. As receitas com o produto somaram US$ 9,3 bilhões (R$ 44,1 bilhões) de abril do ano passado a março deste.

As exportações de cereais não atingiram o patamar de anos anteriores, devido ao milho, que teve retração nas receitas, provocada pela seca e por geadas que afetaram a safrinha do ano passado. As receitas ficaram em US$ 5,62 bilhões (R$ 26,7 bilhões), com queda de 16%.

Em parte, a ausência do milho foi compensada pelo trigo, principalmente neste ano. Nos três primeiros meses, as exportações do cereal somaram 2,2 milhões de toneladas, com rendimento de US$ 663 milhões (R$ 3,14 bilhões).

Apesar de o país ser um tradicional importador de trigo, as exportações deste ano superaram as importações. O volume exportado neste ano foi 289% acima do de janeiro a março de 2021.

O setor de madeira, principalmente a do tipo bruto, manteve tendência ascendente. Nos últimos 12 meses, as exportações renderam US$ 4,9 bilhões (R$ 23,2 bilhões), 47% a mais do que em igual período anterior.





Carnes Sobre a liderança do Brasil nas exportações de carne bovina para os Estados Unidos. Antônio Camardelli, da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), diz que é um bom sinal.

Parceiros As indústrias norte-americanas reconheceram que o Brasil não é um competidor, mas um parceiro para complementar a demanda interna de carne deles. Já a Europa ainda considera a indústria brasileira como competidora, afirma ele.

Líder Dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de quarta-feira (6) indicaram que o Brasil desbancou o Canadá, a Austrália e o México nas exportações de carne bovina no primeiro bimestre deste ano para o mercado norte-americano.

Trigo A área semeada na safra 2022/23 soma 3,4 milhões de hectares, o que representa um aumento de 21% em relação à anterior. Paraná e Rio Grande do Sul lideram esse crescimento.

Trigo 2 As estimativas são da consultoria StoneX, que prevê uma produção recorde de 10 milhões de toneladas de trigo no período. Os preços incentivam o plantio, segundo a empresa.

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