Os europeus não estão preocupados com o abastecimento de cereais, uma vez que são autossuficientes. A acessibilidade ao mercado externo, tanto para exportar como para importar, porém, preocupa.
Apesar da boa produção interna, a Europa sofre os mesmos gargalos dos demais países, provocados pelos preços elevados das commodities e pelo peso que eles trazem para a inflação.
A demanda interna tem ritmo menor. O avanço da peste suína africana no continente reduz a necessidade de ração. Além disso, o bloco de países pisou no freio e reduziu o volume de óleos vegetais na produção de biocombustível.
Se o clima favorecer, os 27 países pertencentes à União Europeia vão produzir 298 milhões de toneladas de cereais na safra 2022/23. Com isso, as exportações desses produtos poderiam aumentar para 41 milhões de toneladas de julho de 2022 a junho de 2023, 40% a mais do que nesta safra comercial.
A produção total de trigo, um dos principias problemas no setor de abastecimento mundial, deverá ser de 139 milhões de toneladas, com exportações possíveis de 40 milhões. No caso do milho, a safra do bloco será de 74 milhões de toneladas, mas haverá a necessidade de importações de 9 milhões.
Os europeus estão menos dependentes do mercado externo. Na safra 2020/21, importaram 21,1 milhões de toneladas de cereais, volume que caiu para 19 milhões nesta. Na 2022/23, serão 14 milhões.
A produção de oleaginosas também não é problema para os países do bloco, segundo os analistas da Comissão Europeia. A produção sobe para 30,2 milhões neste ano, com alta de 6,5%, e deverá atingir 32,2 milhões na próxima safra.
A Europa vai elevar a produção de girassol, um dos gargalos na produção da líder mundial Ucrânia, para 11,2 milhões de toneladas, um volume 10% superior ao da média dos últimos cinco anos.
As importações de soja na safra 2022/23 continuam em patamar próximo de 15 milhões de toneladas. Esse volume supera em 3% o da anterior. As importações de farelo e de óleo recuam.
A produção de proteínas cai para 44 milhões de toneladas em 2022. Os produtores colocarão 6,8 milhões de toneladas de carne bovina no mercado, um volume 1% menor.
A produção de carne suína, devido aos efeitos da peste suína africana e das restrições às exportações, recua para 22,9 milhões, com retração de 3%. Já a de frango fica estável em 13,4 milhões.
Dependente do mercado da Ucrânia no abastecimento de frango, a Europa deverá importar mais carne de aves do Brasil, avaliam analistas do bloco.
O salto da soja A explosão dos preços da soja engordou em muito o caixa do setor. As receitas com as exportações do complexo (grãos, farelo e óleo) deverão atingir US$ 51,4 bilhões neste ano no Brasil. Em 2020, foram US$ 32,5 bilhões.
O salto da soja 2 Nos Estados Unidos, o complexo soja deverá render US$ 32,3 bilhões neste ano comercial. Há dois anos, as receitas somaram US$ 23 bilhões.
Leite A menor oferta de produto e a disputa das indústrias pela matéria-prima escassa provocaram uma alta, descontada a inflação, de 15% de janeiro a maio no campo.
Sem alívio Os dados são de Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), que registra a falta de investimentos, alta dos custos de produção e a saída de produtores da atividade como os principais motivos para essa elevação. A alta deve chegar ao bolso do consumidor nas próximas semanas.
Soja O plantio tardio do Rio Grande do Sul surpreendeu, apontando produtividade melhor. Com isso, a StoneX elevou a produção nacional para 124,4 milhões de toneladas nesta safra, 1 milhão acima do que tinha estimado antes.
Milho A safrinha deverá render 88,3 milhões de toneladas, 49,2% acima do colhido no ano passado. Com isso, a produção total do país sobe para 116,8 milhões de toneladas na safra 2021/22, segundo StoneX.
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