Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu Rússia

Oferta externa apertada traz mais Índia e Irã para o Brasil

Óleo de soja está entre os produtos mais requisitados nos cinco primeiros meses

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A crise provocada pela Guerra da Ucrânia trouxe a Índia para mais perto do comércio brasileiro. A relação comercial entre brasileiros e indianos tem sido pequena no setor de agronegócio, apesar do tamanho das duas economias.

Neste ano, porém, os indianos já despenderam US$ 1,1 bilhão no Brasil, 239% a mais do que de janeiro a maio de 2021.

Um dos golpes sofridos pelos indianos com esse novo cenário mundial, provocado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, foi no setor de óleos vegetais.

Vista aérea de fazenda de trigo na França
Vista aérea de fazenda de trigo na França - Pascal Rossignol/Reuters

Dependentes do mercado externo, os indianos importam 3,7 milhões de toneladas de óleo de soja e 1,8 milhão de toneladas de óleo de girassol.

Problemas de infraestrutura na Ucrânia, maior exportador de óleo de girassol, fizeram a Índia elevar as compras no Brasil.

Nos cinco primeiros meses, as importações de óleo de soja somam 640 mil toneladas, bem acima das 155 mil de igual período do ano passado. Os indianos passaram a comprar mais também feijão fradinho, amendoim, milho e arroz.

Embora ainda um mercado incipiente, entram também nessa lista alimentos industrializados como suco de laranja, creme de leite, cerveja, especiarias e até água mineral.

Em contrapartida, as importações brasileiras de alimentos no mercado indiano ainda são muito pequenas, somando apenas US$ 32 milhões nos cinco primeiros meses. Durante todo o ano de 2021, foram US$ 87 milhões.

O Irã, tradicional importador de alimentos do Brasil, mas que tinha reduzido a presença por aqui nos últimos anos, elevou as compras para US$ 1,1 bilhão neste ano, 79% a mais do que em 2021.

O difícil quadro internacional na oferta de commodities também empurrou o Irã para os produtos brasileiros. Soja e milho foram os destaques na lista de compra, mas o maior salto ocorreu nas compras de óleo de soja.

Em vista das dificuldades internacionais no fornecimento mundial de óleos vegetais, os iranianos compraram 39 mil toneladas do produto no Brasil, 524% a mais do que de janeiro a maio do ano passado. Eles importam 350 mil toneladas desse produto por ano.

Embora Índia e Irã estejam entre os dez principais parceiros do Brasil no segmento de commodities agropecuárias e de alimentos, os líderes nessa lista são China e Estados Unidos.

Os chineses gastaram US$ 21 bilhões no país nos últimos cinco meses, com evolução de 20%. Soja e carnes estão no topo das compras.

Já os norte-americanos elevaram as importações para US$ 2 bilhões no período, com destaques para café e carnes.

Arroz As exportações brasileiras de arroz atingiram 558 mil toneladas nos cinco primeiros meses deste ano. No mesmo período, as importações somaram 491 mil.

Saldo positivo Os dados são da Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz), que destaca o superávit de 67 mil toneladas entre exportações e importações. ​

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