Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Aversão a riscos provoca queda nos preços externos dos agrícolas

Definição de safras e momento em que a China voltará ao mercado darão novos rumos ao setor

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Aversão ao risco. Esse o motivo da desaceleração dos preços das commodities nos últimos dias. Nesta terça-feira (16), à exceção do algodão, que acompanhou o petróleo, todas as principias commodities agrícolas recuaram.

Segundo Daniele Siqueira, da AgRural, não há grandes mudanças. Até meados de julho, o mercado se preocupou com os riscos, jogando os preços para baixo.

Na sequência, os preços voltaram a subir. Agora, é feita nova correção de rumo, com mais quedas. Alguns dados efetivos deram motivo para esse recuo, mas ele já estava previsto.

Entre eles, a desaceleração da economia da China, que passou a ser demonstrada por números, e não apenas por perspectivas, diz a analista.

Máquina agrícola deposita grãos de soja em caminhão em granja em Brasília - Lucio tavora - 18.fev.2022/Xinhua

No caso da queda da soja, o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou um pouco a previsão de safra.

A demanda externa continua estável, mas a China espera por uma melhor definição da colheita dos Estados Unidos para voltar ao mercado com volume maior de compra.

A previsão de produção do Usda deu um pequeno alívio ao mercado, mas o quadro de oferta e de demanda dos americanos ainda continua muito apertado.

O farelo acompanhou a soja em grãos e caiu 3,6% nesta terça-feira. A demanda, porém, é forte, principalmente nos Estados Unidos, que estão no pico da entressafra e não têm muita soja para moer.

Um dos sinais da demanda forte pelo farelo são as exportações recordes do produto pelo Brasil. Já a Argentina, tradicional nesse mercado, tem dificuldades internas para colocar o produto no mercado externo.

Já o milho passa por um quadro internacional um pouco mais tranquilo do que o da soja, mas ainda depende do resultado de colheitas em várias regiões do mundo.

Internamente, os preços do cereal dependem do comportamento do câmbio. O recuo do dólar puxa para baixo o cereal, mas uma alta tem efeito contrário.

Segundo Siqueira, o país ainda tem 40 milhões de toneladas de milho para negociar. Se o produtor retardar muito para a comercialização, os preços sobem.

Nesta terça-feira, a saca de milho voltou a subir. As negociações acompanhadas pelo Cepea indicaram um valor médio de R$ 82 por saca, 1% a mais do que no dia anterior. A soja, cotada a R$ 183, caiu 1%.

O desempenho do petróleo, que nesta terça-feira chegou a registrar uma das menores mínimas do ano, é importante para os mercados agrícolas. O óleo tem peso na formação dos custos na economia.

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