Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Receita com exportações do agro é recorde, mas importação de insumo dispara

Vendas de carnes atingem US$ 22 bilhões; importações de fertilizantes e de agrotóxicos vão a US$ 29 bi

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Demanda e preços externos aquecidos vão dar à balança comercial do agronegócio um patamar de receitas não imaginado há um ano.

Pelo menos quatro produtos já atingiram a marca de US$ 10 bilhões de receitas acumuladas de janeiro a novembro com as exportações. Outros dois se aproximam.

As exportações do setor, que atingiram US$ 121 bilhões de janeiro a dezembro do ano passado, deverão superar os US$ 145 bilhões neste ano. As importações de insumos para o setor, no entanto, crescem a um ritmo ainda maior.

Grãos de soja caídos em estrada rural durante colheita nas proximidades de Londrina, no Paraná
Grãos de soja caídos em estrada rural durante colheita nas proximidades de Londrina, no Paraná - Sergio Ranalli - 4.mar.2021/Folhapress

A liderança nas exportações fica com a soja que, apesar da redução no volume colocado no mercado externo, já arrecadou US$ 45,6 bilhões apenas com as vendas externas de grãos até novembro. A demanda por farelo e por óleo também esteve aquecida neste ano.

As carnes já atingem US$ 22,1 bilhões, com aumento de 32% em relação a igual período do ano passado. A venda externa de carne bovina rende US$ 10 bilhões no ano, e a de frango se aproxima desse valor. Neste setor, o Brasil também foi favorecido pela aceleração dos preços internacionais.

Após um ano ruim para as exportações em 2021, o milho está sendo um dos destaques neste. O volume colocado no mercado externo já soma 38 milhões de toneladas, com aumento de 121%.

Em 2021, devido à seca que afetou a safrinha, as exportações ficaram em apenas 20 milhões de toneladas. Neste ano, as receitas com o cereal até novembro superam US$ 10 bilhões e mostram evolução de 209% acima das de igual período de 2021.

Açúcar e café também engrossam a lista de bons desempenhos. Frutas, no entanto, perdem espaço. Nos onze primeiros meses deste ano, as receitas recuaram para US$ 810 milhões, 19% abaixo das de igual período do ano passado, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Os gastos com as importações de insumos crescem muito, principalmente devido à alta dos preços externos. A compra de fertilizantes caiu 7% neste ano, mas os custos subiram 76%. O país importou 36 milhões de toneladas de adubo e gastou US$ 23,6 bilhões.

Os gastos com produtos agroquímicos (inseticidas, herbicidas, fungicidas e acaricidas) aumentaram 63% em volume e 81% em gastos. Entraram no país 590 mil toneladas desses produtos, com gastos de US$ 5,8 bilhões.

Se o clima ajudar Com o aumento de área de plantio de soja previsto para 43,4 milhões de hectares na safra 2022/23, a Stonex refez a projeção de produção da oleaginosa para 155 milhões de toneladas.

Exportação aumenta Na avaliação da consultoria, com uma safra tão grande, o país terá possibilidades de exportar 96 milhões de toneladas no período.

Mais milho Já a produção do cereal, estimada em 123,5 milhões de toneladas na safra 2021/22, poderá chegar a 130,3 milhões em 2022/23, segundo a consultoria. As exportações sobem para 45 milhões de toneladas neste ano e para 46 milhões no próximo.

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