Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Em 2022, brasileiro teve menor consumo de carne bovina desde 2004

Segundo Consultoria Agro do Itaú BBA, foram 24,2 quilos por habitante

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Os brasileiros consumiram, em média, 24,2 kg de carne bovina no ano passado, o menor patamar desde 2004. Os dados são da Consultoria Agro do Itaú BBA.

Perda de renda e preços elevados colocaram a proteína distante de boa parte dos consumidores. Dados da Folha, com base no acompanhamento de preços da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), mostram que a carne bovina teve elevação média de 67% no período de 2019 a 2022.

O acém, um dos cortes mais acessíveis à população de menor renda, teve alta de 94% no acumulado desses anos. A linguiça, também um produto com valores mais em conta, teve valorização de 87%.

A opção para os consumidores foi uma substituição por produtos mais baratos. Nos dados do Itaú BBA, o consumo per capita de carne de frango se manteve em 37,5 kg, mas o de carne suína subiu para o recorde de 18,94 kg por pessoa.

A Fipe mostrou que a carne de frango teve alta de 78% de 2019 a 2022, enquanto a suína ficou 63% mais cara.

Carcaças bovinas em frigorífico em Goiás - @frigorificogoias no Instagram

Com a opção por mais carne suína no ano passado, o consumidor elevou o volume total das três proteínas para 80,7 kg por pessoa. Em 2021, o consumo havia sido de 79,6 kg, segundo o Itaú BBA.

O Brasil produziu 7,9 milhões de toneladas de carne bovina equivalente carcaça em 2022, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Desse total, 5,2 milhões ficaram no mercado interno e 2,8 milhões foram exportados.

Para este ano a consultoria prevê um avanço da produção, devido à provável continuidade do descarte de fêmeas e da demanda externa. A China reabriu o seu mercado para o produto brasileiro, e os frigoríficos buscam novos mercados.

A produção de carne de aves cresceu 2,2% e foi a 12,9 milhões de toneladas no ano passado permitindo exportações de 4,8 milhões. Este ano poderá ser mais um período de boas vendas externas, desde que a gripe aviária não desembarque por aqui.

O setor de aves deverá ter um alívio nos custos de produção se for confirmada a supersafra de grãos.

No setor de suínos, após nove anos seguidos de aumentos, a produção chegou a 5,2 milhões de toneladas no ano passado. Para a consultoria, além dos custos menores de produção, o setor poderá ter um novo alento nas exportações caso se confirme o avanço de novos focos de peste suína africana no país asiático.


Apex Em um balanço sobre o desmatamento dos últimos 50 anos na Amazônia, feito em um seminário em Pequim, na China, o presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana, citou que 84 milhões de hectares foram desmatados.

Apex 2 Desse total, 67 milhões de hectares são usados para pecuária; 6 milhões para agricultura e grãos e o restante, próximo de 12 milhões, para florestas secundárias, afirmou Viana.

Ânimos quentes Entidades do setor não gostaram da fala do presidente da Apex. Entre elas a CNA, que afirma ser missão da Apex promover a exportação de produtos brasileiros e atrair investimentos para diversos setores, inclusive para o agronegócio.

Ânimos quentes 2 O agronegócio ainda não se acertou com o novo governo. Tudo o que for dito e as ações tomadas passarão por um rigoroso pente fino.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.