Os brasileiros consumiram, em média, 24,2 kg de carne bovina no ano passado, o menor patamar desde 2004. Os dados são da Consultoria Agro do Itaú BBA.
Perda de renda e preços elevados colocaram a proteína distante de boa parte dos consumidores. Dados da Folha, com base no acompanhamento de preços da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), mostram que a carne bovina teve elevação média de 67% no período de 2019 a 2022.
O acém, um dos cortes mais acessíveis à população de menor renda, teve alta de 94% no acumulado desses anos. A linguiça, também um produto com valores mais em conta, teve valorização de 87%.
A opção para os consumidores foi uma substituição por produtos mais baratos. Nos dados do Itaú BBA, o consumo per capita de carne de frango se manteve em 37,5 kg, mas o de carne suína subiu para o recorde de 18,94 kg por pessoa.
A Fipe mostrou que a carne de frango teve alta de 78% de 2019 a 2022, enquanto a suína ficou 63% mais cara.
Com a opção por mais carne suína no ano passado, o consumidor elevou o volume total das três proteínas para 80,7 kg por pessoa. Em 2021, o consumo havia sido de 79,6 kg, segundo o Itaú BBA.
O Brasil produziu 7,9 milhões de toneladas de carne bovina equivalente carcaça em 2022, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Desse total, 5,2 milhões ficaram no mercado interno e 2,8 milhões foram exportados.
Para este ano a consultoria prevê um avanço da produção, devido à provável continuidade do descarte de fêmeas e da demanda externa. A China reabriu o seu mercado para o produto brasileiro, e os frigoríficos buscam novos mercados.
A produção de carne de aves cresceu 2,2% e foi a 12,9 milhões de toneladas no ano passado permitindo exportações de 4,8 milhões. Este ano poderá ser mais um período de boas vendas externas, desde que a gripe aviária não desembarque por aqui.
O setor de aves deverá ter um alívio nos custos de produção se for confirmada a supersafra de grãos.
No setor de suínos, após nove anos seguidos de aumentos, a produção chegou a 5,2 milhões de toneladas no ano passado. Para a consultoria, além dos custos menores de produção, o setor poderá ter um novo alento nas exportações caso se confirme o avanço de novos focos de peste suína africana no país asiático.
Apex Em um balanço sobre o desmatamento dos últimos 50 anos na Amazônia, feito em um seminário em Pequim, na China, o presidente da Apex-Brasil, Jorge Viana, citou que 84 milhões de hectares foram desmatados.
Apex 2 Desse total, 67 milhões de hectares são usados para pecuária; 6 milhões para agricultura e grãos e o restante, próximo de 12 milhões, para florestas secundárias, afirmou Viana.
Ânimos quentes Entidades do setor não gostaram da fala do presidente da Apex. Entre elas a CNA, que afirma ser missão da Apex promover a exportação de produtos brasileiros e atrair investimentos para diversos setores, inclusive para o agronegócio.
Ânimos quentes 2 O agronegócio ainda não se acertou com o novo governo. Tudo o que for dito e as ações tomadas passarão por um rigoroso pente fino.
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