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valdo cruz

 

10/11/2010 - 07h15

O Favorito

Ele entrou na campanha de Dilma Rousseff por indicação do presidente Lula, se aproximou da candidata, virou seu principal interlocutor e foi o escolhido para estar a seu lado, no carro, quando foi considerada eleita presidente e se encaminhava para fazer seu pronunciamento da vitória.

Desde então, Antonio Palocci Filho é o alvo favorito de aliados e inimigos nas articulações de bastidores. Já foi considerado nome certo na Casa Civil. Hoje, há quem diga que nem no Palácio do Planalto estará.

Um assessor direto do presidente Lula não arrisca dizer o cargo que Palocci ocupará num futuro governo Dilma. Diz, porém, ter uma certeza. Seja qual for o posto, ele terá assento na reunião de coordenação do governo da primeira mulher presidente do país.

Em outras palavras, Palocci pode até vir a ocupar um cargo que não tenha sala no Palácio do Planalto, mas participará das reuniões em que Dilma irá analisar e tomar suas principais decisões de governo.

Segundo amigos, o ex-ministro da Fazenda e hoje deputado federal não se importa tanto assim com o cargo que ocupará, desde que participe das decisões centrais do futuro governo Dilma. Na avaliação desses amigos, não teria sentido Palocci ter participado das articulações com empresários e políticos, sendo a ponte entre esses setores e Dilma, assumindo compromissos, e depois ficar fora do principal grupo de poder do novo governo. Nesse caso, seria melhor nem participar e ir fazer outra coisa.

Apesar das avaliações dos amigos, Palocci gostaria de ocupar a Casa Civil ou outro cargo dentro do Palácio do Planalto. Talvez uma reformulada Secretaria Geral da Presidência. O fato é que Palocci estará no governo Dilma. Além de contar com o apoio pleno do presidente Lula, ele conquistou a confiança da presidente eleita. Nesse momento, porém, o que os amigos de Dilma e inimigos de Palocci mais dizem em Brasília é que a futura presidente não vai colocar num cargo de destaque alguém que possa lhe fazer sombra.

A conferir, porque, em momentos de montagem de novo governo, há muita especulação, disputas por espaços, intrigas e um baixo índice de informações seguras e firmes. Até porque, por enquanto, Dilma tem sido econômica nas suas conversas. O que se diz é que ela conversa mais abertamente somente com o presidente Lula sobre sua futura equipe. Apenas depois do retorno da Coreia é que ela começaria a falar mais diretamente sobre o tema com alguns interessados.

Em bloco ou de uma vez

Dilma já disse que não faria anúncios individuais de ministros e preferia divulgar, por blocos, sua equipe ministerial. Começaria pela área econômica. Agora, porém, analisa se a melhor opção não seria deixar para divulgar toda equipe de uma só vez, em meados de dezembro. Ela confidenciou a um amigo temer gerar um clima de desânimo e paralisia no final do governo Lula com o anúncio de alguns ministros.

É que tem muita gente em Brasília nutrindo a expectativa de seguir no posto no próximo ano. Se descobrir ainda em novembro que terá suas pretensões frustradas, o candidato de si próprio perderá todo estímulo de seguir trabalhando. Quem irá penar com isso é o presidente Lula, seu criador.

valdo cruz

Valdo Cruz é repórter especial da Folha. Cobre os bastidores do mundo da política e da economia em Brasília. Escreve às segundas-feiras.

 

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