A francesa Marguerite Duras terá um retorno de peso às livrarias brasileiras, resultado do esforço da editora mineira Relicário, que planeja trazer ao menos dez títulos da prolífica escritora a partir do segundo semestre.
Além do já anunciado livro de ensaios "Escrever", em que a autora versa sobre seu ofício, a editora adianta que trará o romance "Moderato Cantabile", de 1958, e o roteiro de "Hiroshima, Mon Amour", que embasou o filme de Alain Resnais lançado no ano seguinte. Os dois chegam em 2022.
Com a Coleção Marguerite Duras, editada pela escritora Adriana Lisboa e traduzida por Luciene Guimarães, que realizou um doutorado sobre a autora, a Relicário quer resgatar um nome essencial, mas de obra pouco disponível hoje.
A Tusquets, por exemplo, só tem direitos de "O Amante", seu popular vencedor do Goncourt reeditado ano passado, enquanto "Emily L." saiu há pouco pela Nova Fronteira.
Mas a obra de Duras é muito mais ampla. "Em seus 81 anos de vida, ela escreveu pouco mais de 50 romances, além de ter enveredado pela dramaturgia, roteiros de cinema, ensaios literários e jornalísticos", diz Maíra Nassif, editora da Relicário. "Nossa intenção é renovar nos velhos leitores o interesse por essa grande escritora e despertar nos novos o desejo de conhecê-la."
O JORNALISTA... Conhecido por fazer retratos de escritores e intelectuais, o fotógrafo Renato Parada está lançando sua primeira coletânea de fotografias pela Ipsis, "Imagens da Literatura". Entre fotografias de nomes como Ferreira Gullar, Antonio Candido, Ian McEwan e Veronica Stigger, está o flagra acima de Gay Talese em São Paulo.
...E O FOTÓGRAFO A foto foi feita em frente à Companhia das Letras, em 2009. "Na minha ansiedade de registrar algo, com Talese ali na minha frente, sem fazer nada, pedi para fazer uma foto e ele topou. Na época não gostei da foto, não mostrei pra ninguém, e a revisitei no processo do livro."
INÍCIOS VERDADEIROS A editora Cultura e Barbárie, que publica tiragens cuidadosas, algumas artesanais, traz na seleção deste ano as estreias brasileiras dos poemas do congolês Sony Labou-Tansi e "Filosofias Africanas", da marfinense Séverine Kodjo-Grandvaux.
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