Painel das Letras

Coluna assinada por Walter Porto, editor de Livros.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel das Letras
Descrição de chapéu Livros

Aleph reposiciona marca para levar ficção científica a público além do geek

Editora quer atingir leitorado mais amplo publicando livros de teor feminista e autor negro premiado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

A Aleph prepara um reposicionamento relevante de marca a partir do próximo ano, segundo o dono da editora, Adriano Fromer.

Referência em ficção científica, a casa quer agora se voltar a um público mais amplo e ser cada vez menos identificada como uma editora de nicho, ainda que não tenha nenhuma intenção de abandonar sua especialidade.

Fromer dirige a operação há cerca de duas décadas e, segundo narra, a Aleph foi se voltando cada vez mais ao público geek conforme esse grupo foi se tornando relevante no mercado da cultura pop. "Lembro que houve um ano em que tivemos que escolher entre ir à Bienal do Livro e à CCXP, e optamos pela segunda", afirma.

Agora a ideia é mostrar que ficção científica é um gênero que interessa a um público mais amplo. A identidade visual dos livros vai se adaptar à nova proposta e o catálogo dará uma guinada para atender a demandas mais gerais, para refrescar a marca.

Entre os lançamentos do ano, estão "Irmãs da Revolução", antologia de ficção especulativa feminista organizada por Jeff e Ann VanderMeer só com autoras mulheres, e "Língua Nativa", da linguista Suzette Haden Elgin, romance distópico que conta uma história a partir de linguagem feminista criada do zero.

Ambos os livros referenciais de autoria feminina são inéditos, assim como "Filhos da Esperança", escrito pela autora P.D. James e que ficou célebre pelo filme de Alfonso Cuarón.

Outro autor que a Aleph vai trazer é Samuel R. Delany, considerado o primeiro escritor negro a receber os mais altos prêmios da ficção científica, como o Nebula e o Hugo. No próximo ano, a editora publica "Nova", de 1968, uma ópera espacial sobre a dominância de uma tecnologia ciborgue sobre o mundo.

mulher negra vestida de branco em pintura
Ilustração feita por Augustinho para a capa do livro de poemas 'Oitentáculos', com que Nei Lopes comemora seus 80 anos na Record - Augustinho/Divulgação

CORRIDA AO FUTURO Milan Kundera está disponível em ebook pela primeira vez no Brasil. A Companhia das Letras lançou nesta semana seis de seus livros no formato, incluindo "A Insustentável Leveza do Ser" e "A Festa da Insignificância". O autor era historicamente relutante a publicar versões digitais de seus livros até 2020, quando capitulou.

A Companhia promete novidades de Kundera, aliás. A editora vai publicar o ensaio "Um Ocidente Sequestrado ou a Tragédia da Europa Central", inédito do autor tcheco no Brasil, e a peça "Jacques e Seu Amo", há muito fora de catálogo.

VOLTA AO MUNDO E o livro vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura vai ganhar traduções para o inglês e o francês. "Uma Tristeza Infinita", de Antônio Xerxenesky, vai sair pela Charco Press e pela Asphalte, que já publica a obra do autor na França.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.