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Democratizar o livro é nossa premissa, diz chefe da área no novo governo de Lula

Em entrevista, secretário Fabiano Piúba diz que é urgente regulamentar lei que estabelece política de leitura e escrita

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Democratizar o livro é uma premissa que guiará a gestão do novo secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, o cearense Fabiano Piúba, que em sua primeira entrevista após ser indicado ao cargo pela ministra Margareth Menezes lembra o conceito de Antonio Candido de literatura como direito humano.

homem de camisa preta fechada, óculos de aro preto e cabelo preto e grisalho
Fabiano Piúba, que era secretário da Cultura do Ceará e foi nomeado secretário nacional de Formação, Livro e Leitura - Viktor Braga/UFC

Secretário de Cultura do Ceará nos últimos seis anos, o historiador diz ser urgente regulamentar a Política Nacional de Leitura e Escrita, lei aprovada em 2018 que ficou na gaveta durante os quatro anos de Jair Bolsonaro no poder.

A ideia de Piúba é resolver isso já no primeiro trimestre de governo, para que seja a base das ações da pasta para o acesso ao livro, a promoção da leitura e o fomento à cadeia produtiva da literatura.

"O Plano Nacional de Livro e Leitura, o primeiro que nós tínhamos, de 2006, trazia mais diretrizes que ações. Agora teremos um plano decenal pragmático com metas para os próximos anos."

Essa lei, que sintetiza décadas de debates sobre políticas públicas do livro, é apelidada no setor de Lei Castilho, em referência a José Castilho Marques Neto, que foi secretário-executivo atuante nessa área durante oito anos.

"É uma lei curta e objetiva, que vai reorganizar o trabalho racional no campo do livro a partir do que se acumulou até agora", diz Castilho, acrescentando que os ex-presidentes Michel Temer e Bolsonaro não moveram "uma palha" para pôr a norma em prática após sua aprovação.

"Vejo como uma segunda chance de consolidar o plano como política de Estado. Não precisa voltar atrás nem reinventar a roda."

Castilho diz estar seguro de que os trabalhos vão avançar, afinal o diretor nacional de livro e leitura durante boa parte da participação dele no governo era o próprio Piúba, que já havia ocupado cargo equivalente de 2009 a 2011 e em 2014.

A diferença é que agora a pasta adicionou a palavra "formação" ao seu título, o que soa como uma menina dos olhos do novo secretário. Ele enxerga sua função como estratégica para ligar os ministérios da Cultura e da Educação no desenvolvimento de competências profissionais e repertório cultural dos brasileiros.

A política de aquisição de livros pelo Plano Nacional de Educação, por exemplo, precisa estar integrada à de promoção da leitura através da distribuição de obras em bibliotecas.

Quando ouve perguntas sobre outros temas, como a demanda do setor por estabelecer um preço fixo para lançamentos literários, ele afirma que prefere convidar outros atores do mercado para discutir em conjunto do que cravar opiniões em primeira pessoa.

"O que temos como diretriz é que a cadeia criativa e produtiva do livro, o mercado editorial e toda sua bibliodiversidade, vão ganhar de novo força e relevo."

À LA SHELLEY A literatura brasileira de terror está em alta. Depois da coletânea "Tênebra", na Fósforo, que resgatava 27 histórias assustadoras e pouco conhecidas de autores clássicos do século 19, a Companhia das Letras prepara uma antologia de contos de horror escritos por autoras contemporâneas.

MARY, NÃO PERCY Entre as 20 escritoras com textos no livro, que deve sair este ano, estão medalhões como Lygia Fagundes Telles, Maria Valéria Rezende e Noemi Jaffe; escritoras premiadas este ano com o Jabuti, caso de Micheliny Verunschk e Eliana Alves Cruz; e autoras despontantes como Jarid Arraes, Julie Dorrico e Natalia Borges Polesso. A obra é organizada pelas críticas literárias Fabiane Secches e Socorro Acioli.

VELHO DE GUERRA O sociólogo Marcelo Ridenti, professor da Unicamp e um dos grandes conhecedores da história cultural brasileira, vai lançar seu primeiro romance pela Boitempo. "Arrigo" retraça a vida de um velho militante encontrado inerte por um biógrafo num apartamento cheio de assombrações —e cobre, pela via da ficção, cem anos da história da esquerda no Brasil.

TUÍTES A Cobogó e o Instituto Cervantes têm para fevereiro uma antologia de expoentes do microconto em espanhol, "Universos Breves", com 39 autores de diferentes gerações nascidos em 20 países hispânicos e nos Estados Unidos. O livro é organizado pela professora Francisca Noguerol, da Universidade de Salamanca.

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