Zeca Camargo

Jornalista e apresentador, autor de “A Fantástica Volta ao Mundo”.

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Zeca Camargo

O que falta conhecer? Muita coisa... Cadernos de turismo e revistas de viagem fazem, quando o ano começa, uma daquelas listas dos "destinos de (no caso) 2018". Uma tentação mesmo para quem já conhece 110 países ... E a cada janeiro eu começo a sonhar com novos roteiros.

Como o Parque Nacional Zhangjiajie, na China –como eu quero andar naquelas passarelas! Ou acordar com gorilas na sua janela num acampamento nas florestas do Congo. Antártica, quem sabe –taí uma aventura que eu encararia. Investir finalmente no Caribe, uma vez que só conheço Barbados? Ou quem sabe descobrir um novo canto do Oriente Médio, digamos Omã?

Sim, mesmo para quem já viajou bastante nesses (quase) 55 anos de aventuras, as opções são ainda abundantes e, para tentar manter um pouco de foco, vou me concentrar em três destinos –e explicar direitinho por que quero conhecê-los agora. Começando por Bornéu.

Este é um canto do mundo onde sempre fui feliz: o Sudeste Asiático. Quer dizer, tecnicamente você pode questionar se Bornéu ainda faz parte dessa divisão geográfica, especialmente porque essa área não é exatamente um país, mas um território dividido por três nações: Indonésia, Malásia e Brunei. Mas o que importa lá –o motivo que me faz querer tanto ir para lá– é a natureza.

Meu desejo é ver suas florestas tropicais (as mais antigas do planeta!); os animais vivendo em liberdade –observados bem de perto; e ter um pouco de sossego... Uma experiência como a que tive em Madagascar, que já contei aqui. Aliás, falando nesta quarta maior ilha do mundo, Bornéu é a terceira maior. Como já conheci a "vice-campeã" na categoria (Nova Guiné), só vai faltar a Groenlândia, a maior de todas, para eu fechar as "top 4".

Falando em ilhas, tem uma que nem é tão grande (17ª no ranking mundial), mas que está na minha lista –até porque é até um pouco constrangedor não ter ido lá até hoje. Falo de Cuba! Sim, eu sei... você talvez esteja surpreso com essa "revelação". Tenho um punhado de amigos –e até um irmão– que, já tendo passado por lá, não acreditam que eu ainda não conheço nem mesmo Havana (para não falar do resto da ilha que, todos me contam, esconde paraísos).

Minha desculpa é a de que eu não gosto de viajar –a não ser que seja a trabalho– para países onde as pessoas não têm liberdade. Como vou conhecer a cultura de um país se quem vive nele não se sente à vontade para discuti-la com um estrangeiro? As coisas na "terra de Fidel", no entanto, têm melhorado –e, nesse Réveillon, conheci um casal de cubanos incríveis (que moram na Holanda) e que me prometeram uma viagem de descobertas. Quem sabe essa então é a chance de vivenciar a Cuba "de verdade"?

E falando em lugar onde as pessoas não têm o direito de manifestar suas opiniões, chegamos ao meu terceiro destino dos sonhos em 2018: o Irã. Era para eu ter ido em 2017. Desde meados de 2016, comecei a planejar essas férias com amigos queridos. Aí, Trump foi eleito presidente dos EUA, e as coisas ficaram um pouco complicadas. Em especial, o marido de uma amiga, que é francês, começou a duvidar de que seria uma jornada segura. "Se houver uma situação de emergência, quem é um refém mais valioso?", brincou ele, meio sério. E eles acabaram desistindo. A outra amiga que ia com a gente se envolveu num projeto de longo prazo e... bem, acabei adiando esse projeto também.

Mas quero retomar a ideia de ir para o Irã agora. Acompanho blogs e perfis no Instagram de pessoas que estão passando por lá e renovo minha curiosidade de captar um pouco da energia de Teerã, provar delícias em Shiraz e me deslumbrar com as maravilhas arquitetônicas e culturais de Isfahan.

Será que consigo "riscar" esses três destinos da minha lista? Aguarde a relação dos lugares aonde quero ir em 2019 para saber...

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