Cidade que tem atraído cada vez mais interessados em gastronomia, Belém foi incluída nesta sexta (11) no grupo de Cidades Criativas da Unesco, da qual fazem parte 116 municípios.

O grupo da Unesco foi criado em 2004 para promover a cooperação entre cidades que utilizam a criatividade e a cultura como uma estratégia para crescer de maneira sustentável.

Junto com as cidades de Santos e de Salvador, eleitas respectivamente nas categorias de cinema e música, Belém foi escolhida como um exemplo do uso da gastronomia local para promover o desenvolvimento econômico da região em que está inserida.

No anúncio da inclusão, o gastrônomo Roberto Smeraldi, do Instituto ATÁ (ONG que acompanha as relações entre a cultura e a gastronomia brasileiras), disse que a valorização dos ingredientes amazônicos data da chegada do colonizador português à região que hoje corresponde a Belém.

Foi só nos últimos 40 anos, porém, que esses ingredientes começaram a ser usados por cozinheiros de outras regiões e países.

A demanda cresceu tanto que atualmente a capital paraense passou a investir na gastronomia como estratégia para o crescimento do turismo.

Empresas passaram a pesquisar e vender matérias-primas paraenses, produzidas por pequenos produtores, que passam por programas de qualificação.

O desenvolvimento do mercado atraiu para a cidade cursos superiores em Tecnologia de Gastronomia, como o da Universidade Estácio. No ano que vem, será inaugurado o Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade, com o objetivo de fomentar a pesquisa, a capacitação e o turismo relacionados aos ingredientes amazônicos.

Outro pilar importante é a realização de eventos que promovem a gastronomia local. O Festival Ver-o-Peso é o mais tradicional e há 13 anos leva cozinheiros e turistas de todo o país a Belém.

Em 2016, com a comemoração dos 400 anos da cidade, Belém será sede de novos eventos gastronômicos, como o Diálogos Gastronômicos, que trará chefs do mundo inteiro para discutir e estabelecer relações entre a culinária internacional e a paraense.