Bienal do Livro lança obras que vão de receitas de sanduíche a pizzarias de SP

Um destaque é 'Comida de Santo que se Come', sobre comidas de candomblé

Cristina Couto
São Paulo

A Bienal do Livro de São Paulo, que vai até 12 de agosto no Anhembi, não traz estandes de importantes editoras de livros de gastronomia, como Alaúde e Senac São Paulo. Ainda assim, apresenta lançamentos.

Um deles é "Comida de Santo que se Come", da Arole Cultural. A obra, com 34 receitas preparadas pelo chef Carlos Ribeiro, do Na Cozinha (SP), traz estudo do antropólogo e babalorixá Vailson Caetano sobre comidas de candomblé. Além dos pratos, a obra atualiza o tema, tratado em vasta literatura por estudiosos.

Segundo Caetano, tais comidas têm função de servir de elo entre a comunidade e seus ancestrais. O tratamento especial nos terreiros, com palavras de encantamento e complexos rituais de sacrifício, particularizam tais preparos, de consumo cotidiano.

Entre as receitas, o axoxô de Oxóssi (que representa as migrações humanas) e os abarás de Obá, a orixá guerreira.

À venda desde maio, "Sanduíche! Impossível Resistir a essa Tentação", do jornalista Dias Lopes, é o destaque da Melhoramentos. Traz receitas e conta as histórias a partir das preferências do autor.

Entre os escolhidos estão o sanduíche Woody Allen, criado pela delicatessen Carnegie Deli, de Nova York, o Bauru, criado em 1937 no paulistano Ponto Chic, e o Croque Monsieur, que surgiu em 1910 no bistrô Le Bel Âge, em Paris.

No estande da Abril, vale espiar "Receitas de Vó", de Mariana Weber. A partir de cadernos de cozinheiras, conta a história de pratos de família, dá receitas de doces e salgados tradicionais de festas infantis e destaca preparações com a cara da feitas pelas avós.

Outra novidade é "Cozinheiros em Ação", do paraense Thiago Castanho, publicado pela Globo Estilo. É um compilado de receitas dos vencedores da quinta temporada do programa da GNT (que dá nome ao livro), ao lado de pratos feitos pelo chef e apresentador.

A cachaça ganha relevo em duas publicações: "Cachaça - História, Gastronomia e Turismo", de Jairo Martins da Silva (Senac São Paulo) e "Os Segredos da Cachaça", de João Almeida e Leandro Dias (Alaúde). Com estilos diferentes —o primeiro, mais técnico aprofundado, e o segundo, didático e de linguagem atraente—, abordam produção da bebida, regiões produtoras e aspectos de degustação.

A Panda Books, também ausente na Bienal, lança "Pizzas que Contam a História de São Paulo", de Gabriella Erbetta. Em texto bilíngue (português-inglês), conta a história de dez pizzarias, como a Castelões, do Brás (as fotos, em P&B, poderiam ser melhores).

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