Descrição de chapéu Festival Fartura

Marca de embutidos salva porco moura da extinção e lança produtos no Fartura

Festival traz sabores típicos de todas as regiões do país para São Paulo

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Embutidos da marca Porcadeiros, do Paraná, um dos produtores presentes no Festival Fartura - Keiny Andrade/Folhapress
 
Danae Stephan
São Paulo

Tem um cantinho do Festival Fartura, do qual a Folha é parceira, que faz sucesso tanto entre o público quanto entre os expositores: a área Produtos e Produtores. O evento se encerra neste domingo (4) no Jockey Club de São Paulo. 

É a chance de provar e comprar itens diretamente de pequenos e médios produtores dos quatro cantos do país, por valores abaixo do que costumam ser comercializados por aqui, e de entrar em contato com novos ingredientes.

São dez barracas que vendem de geleia de mangaba do Rio Grande do Norte a botarga de Santa Catarina, passando por queijos de Goiás e conserva de jambu do Pará.

Uma das mais concorridas é a da marca Porcadeiros, que está lançando seus salames, linguiças, geleias e pastas no Fartura. Começou a partir de reuniões de vários amigos, entre chefs, padeiros, cervejeiros e cuteleiros, que queriam preservar as tradições do Paraná e a história de pratos seculares. 

Com a ajuda do historiador Marson Wapechowski, professor da Faculdade Federal do Paraná, a idealizadora da marca, a chef Rosane Radecki, 48, resgatou o uso do porco moura para preparar os embutidos, espécie nativa que estava em vias de extinção.

“É uma raça criada solta, sem ração, abatida de forma consciente”, explica. Isso se reflete no sabor, cor e aroma dos embutidos. “O sabor é mais intenso, a gordura derrete na boca.”

Quem foi ao evento neste sábado (3) pode levar para casa a mortadela feita da bexiga do porco, “como antigamente”, ressalta Rosane. Eram apenas 50 unidades, a R$ 25 –não sobrou para este domingo. Mas ainda há salames a R$ 30 (400 gramas), geleias e patês a R$ 20 (250 gramas) e a cerveja Anarquista, por R$ 18 a garrafa de 550 ml.

Do outro extremo do país, mais precisamente do Rio Grande do Norte, vêm as geleias artesanais da Sabores da Vivenda, todas de frutas nordestinas, e o caju-ameixa, doce feito com a fruta cozida durante sete dias, até secar, o que confere aparência de ameixa seca.

Neste domingo, haviam sobrado apenas seis dos 40 potes de 450 gramas trazidos para o festival, a R$ 20. As geleias, de mangaba e caju, saem por R$ 15 (280 gramas) e os bombons de mangaba, R$ 10 (3 unidades). Dos 21 sabores de geleia, vieram para o Fartura três: caju, mangaba e uvaia.

Os preços, garante o agrônomo Gustavo Furtado da Câmara, 53, são os mesmos praticados na lojinha da fábrica. Em São Paulo, as geleias são vendidas no restaurante Mangai, inaugurado há 15 dias no Itaim Bibi, na zona oeste.

A barraca da loja A Queijaria, que também está presente no espaço Chefs e Restaurantes, tem exemplares de Passa Quatro, em Minas Gerais, do interior de São Paulo e de uma região nova na produção queijeira: a Serra do Bálsamo, em Goiás. 

São queijos de leite cru de vaca, que recebem camadas de ingredientes como páprica picante, trufa e cerveja, todos por R$ 142 o quilo.

Dividem espaço na barraca com os queijos do sítio Pé da Serra, em Cabreúva, interior de São Paulo. O proprietário, Erico Kolya, iniciou a produção com leite pasteurizado há cerca de dois anos, e está começando agora a testar também variedades de leite cru.

Para o Fartura, trouxe os cinco tipos fabricados atualmente, com destaque para o lua, espécie de camembert, coberto por mofo branco; o piá, de casca lavada, cremoso nas bordas e arenoso no centro, de sabor intenso e levemente amargo; e o sol, de massa semicozida, que lembra o montanhês, muito comum na Suíça, onde Erico estudou. O quilo varia de R$ 138 a R$ 192.

Mas o mais procurado é também o mais caro: o grana dos lauro, de Passa Quatro, em Minas Gerais, que custa R$ 248 o quilo.

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