Descrição de chapéu Festival Fartura

Chef mineiro comanda cozinha que tem chama acesa há 35 anos

Flavio Trombino, à frente do Xapuri, em Belo Horizonte, trocou equitação pelo fogão a lenha e estará no Fartura São Paulo

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Belo Horizonte

A linguiça defumando acima do fogão a lenha, as panelas de barro e tachos de cobre, num ambiente simples e rústico, formam o cenário do restaurante Xapuri, em Belo Horizonte. No comando da cozinha está o chef Flavio Trombino, 53, filho dos fundadores. Há dez anos ele assumiu o lugar de sua mãe, dona Nelsa, na chefia.

Natural de Lagoa da Prata, localizada no centro-oeste de Minas Gerais, o chef morou em diversas cidades durante a infância, acompanhando os trabalhos do pai. Na adolescência de Trombino eles se fixaram na capital mineira e, pouco tempo depois, em 1987, abriram o Xapuri, na região da Pampulha.

O chef aprendeu a cozinhar ainda criança, por influência da família. Segundo ele, em sua casa, tudo sempre aconteceu ao redor da mesa. Não à toa, os pais acabaram por abrir um restaurante que em pouco tempo ganhou fama e se tornou a principal fonte de renda da família.

Com orgulho, Trombino mostra uma página de jornal emoldurada, pendurada num espaço de destaque na parede do espaço. O texto foi escrito pelo jornalista Marco Teodoro, conhecido como Marão, o primeiro cliente do Xapuri, ainda antes da inauguração oficial.

Flavio Trombino, do Xapuri, em Belo Horizonte, posa para foto segurando prato com sanduíche de linguiça
Flavio Trombino, do Xapuri, em Belo Horizonte, posa para foto segurando prato com sanduíche de linguiça - Douglas Magno/Folhapress

Na época, o lugar ainda não tinha placa e era chamado pelos proprietários de Atrás da Moita, porque havia um capinzal que chegava a esconder a construção de quem estivesse na rua.

Trombino conta que Marão parou para pedir uma informação à família, que plantava flores no jardim e ajeitava os últimos detalhes para a inauguração. Convidado para entrar, ele se encantou com a comida e resolveu escrever sobre o restaurante.

"Trata-se de um lugar corretamente oculto, ali pelas bandas da Pampulha, onde a comida é feita em fogão a lenha, a cachaça é de primeira e você tem vista para um curral e um galinheiro", escreveu.

Durante os três primeiros anos do negócio, o chef trabalhou na cozinha ao lado de seus pais.
Depois decidiu se profissionalizar na equitação, que já praticava havia alguns anos, e precisou se afastar do Xapuri para se dedicar totalmente ao esporte.

Assim, por mais de 20 anos, ele acompanhou a cozinha de longe. Mas em 2013, quando sua mãe começou a ter problemas de saúde, decidiu retornar para casa e assumir a chefia, como sucessor de
dona Nelsa.

A comida é marcada pela simplicidade, com destaque para carnes de porco e de frango. O tradicional bolinho de mandioca, recheado com muçarela, é um dos pratos mais pedidos pelos frequentadores.
O fogão a lenha, usado para defumar a linguiça artesanal, foi aceso há 35 anos, na inauguração, e nunca foi apagado, de acordo com o proprietário.

"É o mesmo fogão desde o começo. Durante a noite os nossos fundos, caldos de carne e caldos de frango vão para o fogão a lenha e ficam apurando lentamente. Então, literalmente, esse fogo não se apaga", afirma o chef.

Linguiça sendo preparada na brasa do restaurante Xapuri, em Belo Horizonte
Linguiça sendo preparada na brasa do restaurante Xapuri, em Belo Horizonte - Divulgação

No Festival Fartura, ele estará presente no espaço Restaurantes do Brasil, onde servirá dois pratos. Um deles é típico da culinária de Minas Gerais, o tradicional pastelzinho de angu acompanhado de geleia de pimenta (R$ 30 - porção com 5 unidades).

O chef também vai levar um sanduíche que batizou de vira-lata metido a besta (R$ 35). Essa é uma receita à qual ele pretende dar um toque autoral.

Além de pão de brioche caseiro, leva linguiça artesanal, uma receita de família, rúcula, mostarda e cebola roxa caramelizada no vinagre de jabuticaba com rapadura.

Para Trombino, além de poder levar sua comida para outras pessoas, o festival em São Paulo é uma oportunidade de trocar experiências e aprender com profissionais que o inspiram na cozinha.

"A expectativa é sempre muito boa. É uma oportunidade de reencontrar grandes amigos. Já faz dez anos que eu participo desse tipo de evento, e depois de participar de tantos, a gente acaba se tornando amigo das pessoas. Os festivais deixam um legado muito importante para a gastronomia com toda essa troca de conhecimento."

Porção de pasteizinhos de angu e sanduíche 'vira-lata metido a besta', sanduíche que consiste em pão de brioche caseiro, linguiça artesanal, rúcula, mostarda e cebola roxa caramelizada no vinagre de jabuticaba com rapadura; ambos os pratos, do Xapuri, serão servidos no Fartura São Paulo
Porção de pasteizinhos de angu e sanduíche 'vira-lata metido a besta', sanduíche que consiste em pão de brioche caseiro, linguiça artesanal, rúcula, mostarda e cebola roxa caramelizada no vinagre de jabuticaba com rapadura; ambos os pratos, do Xapuri, serão servidos no Fartura São Paulo - Douglas Magno/Folhapress
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